“As redes sociais dão o direito de falar a uma legião de idiotas que antes só falavam em um botequim depois de uma taça de vinho, sem prejudicar a humanidade. Então, eram rapidamente silenciados, mas, agora, têm o mesmo direito de falar que um prêmio Nobel. É a invasão dos imbecis”.
Volto a recordar essas duras, mas verdadeiras palavras do grande escritor italiano, Umberto Eco, porque estou perdendo a paciência diante do recrudescimento das publicações que recebo no Facebook, recheadas de adjetivos, de xingações, de tiradas radicais.
O grande problema, a meu ver, é o açodamento, o desespero de grande número de pessoas em transformar, a qualquer custo, esta rede social em palanque para suas ideias políticas e seus candidatos, à véspera das eleições. Tudo, no entanto, depende do “modus faciendi”. Ou de como dizê-lo.
A todos esses cavalheiros, eu afirmo: explosões desse tipo produzem mais repulsa do que conquistam adeptos. É claro que há uma minoria de participantes que elevam o nível da informação e da cultura. Não são muitos, mas eles existem.
Não me preocupo nem me irrito com as diferenças de opinião, de crenças ou de ideologias. Nada tenho contra aqueles que revelam suas posições, suas preferências políticas e divulgam propostas de seus partidos ou grupos. Mas, tudo isso tem quer feito sem agressão, em linguagem civilizada, sem desrespeitar seus interlocutores ou leitores.
Não ridicularizo nem as pessoas mais inocentes, que divulgam tudo que fazem na vida cotidiana, sejam coisas simples, prosaicas e cotidianas, suas preferências gastronômicas, suas viagens, as vitórias de seus filhos talentosos, a compra do carro novo e coisas assim.
O que realmente nos irrita são as explosões de agressividade, que lançam palavrões, que põem carapuça em todos, que se transformam em donos da verdade. E tudo sem a menor autocrítica.
Acho que a internet e, em especial, o Facebook, deve funcionar como uma escola de democracia. E não uma rinha de briga de galos.
Por tudo isso, recuso-me a baixar o nível de minhas postagens. E não considero isso uma virtude. Essa é minha obrigação.
