O impróprio nome próprio II
Opiniao

O impróprio nome próprio II

O nome de cada ser humano é da mais alta importância, pois o carregamos por toda a vida, muito embora hoje, mais do que nunca, trazemos também nosso CPF, muitas vezes mais importante que o nosso próprio nome. Somos também um “número”.
Tanto é verdade sobre o nosso nome, que a primeira indagação que nos fazem em qualquer lugar público, privado, ou social é:- qual seu nome ?
A situação se repete desde a mais tenra idade, e nos acompanha “ad eternum” mundo afora.
Infelizmente, existem ainda no Brasil, pessoas que ao escolherem o nome de seu descendente preferem nomes absurdos e escandalosos, sem levar em conta o riso e chacota a que ficarão sujeitos. Acrescenta-se aqui, a “moda” da inserção do h, do y, do w, de duas letras iguais juntas, do n, do K. Exemplo: – Christiane, Christinne, Karla, Stephanie, Dayanne, e outros.
Essas letras fazem a festa na hora de esco-lher e enfeitar o nome, o que significa, quanto mais complicado, mais estrambólico, supostamente mais bonito.
É notório nos dias de hoje, que ao lado de famílias que defendem nomes simples para seus filhos como João, Pedro, Carlos, Antonio, Regina, Sonia, Sueli, há outras que fazem questão de que as crianças tenham algo em comum entre si. Exemplo: – a primeira letra do nome – Alcione, Ana, Alex, Ariovaldo, Antenor…
Há a preferência por nomes compostos:- Maria Regina, José Carlos, Pedro Luiz, Ana Lúcia, Roberto Carlos…
Há famílias que rendem homenagem a personagens das novelas de televisão, jogadores de futebol, autoridades, artistas de cinema, tais como, Deivid, Allann Delon, Creedence, Clearwater, Jade, Zabelê, e por aí vai.
A maioria dos nomes próprios no Brasil, sem dúvida, é de origem religiosa ou bíblica: – Maria, José, João, Mateus, Pedro, Ezequiel, Lucas, Elias, Ester…
Na sociedade indígena, a escolha do nome é muito importante e levada a sério por todos. Em algumas tribos, o nome é dado pelos espíritos e a Flor do Lago, o Raio de Sol, o Pequeno Falcão, serão respeitados pelo que seus nomes significam dentro daquela família e sociedade.
Mário Souto Maior, etnólogo, elaborou estudos sobre o Nordeste registrando no seu livro “Nomes Próprios Pouco Comuns” toda uma complexidade psicológica e social.
Registros em Cartórios do Brasil, e listas públicas acusam nomes absolutamente di-ferentes: – Amado Amoroso, Amável Pinto, Bispo de Paris, Jacinto Leite Aquino Rego, Metia Paula da Silva, Vanessa Cachorroski…
Outros tantos nomes por esta Nação afora: – Abinoel Bicega, Errol Flynn Barbosa, Cavalo Antonio, Leão Caçador Filho, Tom Mix Bum, Zonildo de Brito, Xênia Xerxes, José Chichi, Fredesvindo Queiroz, Gilete Gil, Iaporã Japiassu, Darcy Finamor da Jornada, Nilo Alpiste, etc., etc, etc…
Infelizmente, repito, existem pessoas, que ao escolherem o nome de seus descendentes preferem nomes absurdos de difícil pronúncia e escrita, que traumatiza e discrimina por toda a vida.