O Ministro do Interior da Itália, Matteo Salvini, do partido Lega e como compôs o governo italiano com a coalização do partido 5Stelle, liderado por Luigi Di Maio, obtiveram força política indicando o Primeiro Ministro Giuseppe Conte. Desde logo, o Ministro Matteo Salvini demonstrou insatisfação com o acolhimento aos refugiados, pois segundo ele já comprometia o atendimento aos italianos carentes que muito dependem da atuação do governo italiano. Claramente contra tal recepção, o seu partido Lega que teve ótima votação na Sicília e na Calábria, regiones italianas que sentiram o avanço da recepção diária de muitos barcos e pequenos navios vindos da África através da ilha de Lampedusa. Por isso, através das pesquisas, requereu ao Tribunal Eleitoral Italiano a exclusão de Nord, na nominação do seu partido até então Lega Nord. O partido teve votação espetacular o que proporcionou assumir a liderança política juntamente com o 5Stelle, demonstrando muitos planos e diretrizes para a Itália, mas principalmente na total paralisação do acolhimento dos refugiados. Conseguiu o intento com obtenção de grande parte da população e da classe política, apenas mantendo em casos de extrema necessidade humanitária, ainda a adesão da Espanha, França e Montenegro. Entretanto, de maneira surpreendente, e sem consultar os seus aliados da coalização e outros segmentos políticos, editou Decreto-lei ao Parlamento Italiano, no dia cinco de setembro passado, para modificar a Legge nº 91, de cinco de fevereiro de 1992. Trata sobre a regulação na busca da cidadania italiana para descendentes em todos os graus e gerações, visto o grande número de pessoas residentes tanto na Itália, como nos países onde os italianos rumaram, desde os idos de 1861, por ocasião da Unificação da Itália. Relembrando, na região do ABC, então os italianos vieram com a primeira leva em 1877, e introduziram nesses 141 anos a infindável relação de trabalho, para o progresso e desenvolvimento a olhos vistos, conforme se verifica pela ampla convivência pacífica e ordeira. Proliferaram com os descendentes, os quais dentro da normalidade foram alcançando a cidadania italiana através dos meios regulares administrativos com perto de trinta milhões, uma metade da Itália dentro do Brasil. Atualmente, a busca da cidadania italiana padece de grandes problemas na tramitação dos pedidos, pois basta dizer que, no nosso país o tempo atinge mais de dez anos de espera. Ocorre que, com tal malfadado decreto, Salvini se aventurou para reduzir, sem qualquer consulta, pretendendo assim resolver com o pacote de medidas para conter o direito do iure sanguinis, direito de sangue, prática aceita e até então em vigor. Assim, segundo o decreto, somente em duas gerações os pretendentes poderiam alcançar a cidadania, um verdadeiro acinte às relações ítalo-brasileiras. Na prática, no modo italiano de muitas vezes alcançar as soluções, foi uma gritaria geral, tanto na Itália como no Brasil, pessoalmente e através das entidades ítalo-brasileiras. Cabe ressaltar a primeira carta de protesto imediatamente remetida a Salvini, por Vittorio Mario Scappini, Presidente da Confederazione Circolo Italiano Brasil, com sede em Jundiaí, e que representa centenas de entidades ítalo-brasileiras, na qual se expressou a enorme insatisfação e preocupação com conseqüências trágicas para toda a comunidade, caso houvesse aprovação. Com as alterações reduzindo as gerações e também aumentando em muito os prazos de conclusão dos processos de seis para quarenta e oito meses, tanto no Brasil quanto na Itália. Foi também argumentado que, conforme ali consta, invibializaria o processo e negaria os direitos à cidadania. E o pior, como posto em suas linhas o decreto equipara todo e qualquer descendente de italiano aos refugiados (o seu foco de expulsão), como extra comunitário, conclusão essa de revoltados italianos e descendentes. Clama então por justo e correto tratamento segundo as origens. Fica claro que, todos os descendentes de italianos mantém a chama viva na alma e no coração de profundo amor à Itália, portanto não merecendo tão malfadado decreto. Contudo, em pouco tempo o sangue quente ítalo-brasileiro falou mais alto, expressando robusta força política e popular, Salvini assustado com a repercussão, desistiu do decreto, valendo a lição sem prévia consulta. Mas, oportuna a proposta para que, doravante todo novo cidadão italiano ao menos saiba cantar o hino italiano, tenha média base da língua para bem se expressar, medidas essas necessárias e cabíveis para a formação de um italiano vero.
O inaceitável decreto do Ministro Matteo Salvini sobre a cidadania italiana
05/10/2018