O perdão
Opiniao

O perdão

31/03/2012

Desde que me conheço por gente, vejo esta dificuldade que 99% das pessoas têm de perdoar aos outros, as ofensas, maldades, ataques e traições – coisas doloridas. E vejo que isto sempre cons-titui uma das maiores dificuldades do ser humano, pois ele diz que perdoa, mas, da boca para fora. Ou então o célebre: “eu o perdôo, mas não quero vê-lo mais nem pintado de ouro!”. Ou ainda: “é porque não foi com você! Se fosse, você também chutaria o pau da barraca”! E assim vai continuando a batalha corpo a corpo, por escrito, ou cara a cara, com processos judiciais, o ofendido e também o ofensor, xingando, no tapa, todos sabendo que isto vai longe e leva a conseqüências desastrosas. Assim se chega sempre ao pior, a meu ver: acredito que Jesus disse para perdoarmos sempre “setenta vezes sete vezes” e fica o impasse: pensar do jeito humano ou do jeito divino? No passado não muito distante, há dois mil anos, Jesus Cristo veio completar os Mandamentos recebidos de Deus, por Moisés. Era uma época de homens duros de coração, que seguiam a lei do “olho por olho, dente por dente” e a violência, a desordem e o horror não tinham fim. Os Dez Mandamentos ainda vigoram e em dez itens, nosso poderoso e sábio Deus, colocou todas as questões da vida. Ainda assim a violência continuava e nosso Jesus veio completar as leis com mais uma e importantíssima: a Lei do Perdão incondicional, que inclui Amor e Tolerância a qualquer custo, a ponto de Jesus dizer: se uma pessoa não perdoa as ofensas de outra, não será perdoada por nosso Pai Criador, nem ouvida por Ele quando pede concessão de graças e perdão a si mesma ou intercede por outra pessoa. É uma Lei, um princípio universal, e, sem o cumprimento do mesmo, a verdadeira paz não chegará à Terra. E agora, leitor amigo? Como ficamos? Claro que é difícil mesmo perdoar ofensas que causaram dores para nós ou para nossos entes queridos. Será que a gente também não dá “pano pra manga”, ou seja, será que, de modo sutil, nós não incitamos, impelimos, provocamos “o outro” a nos ofender, numa grande parte das vezes? São meras conjecturas. A verdade é que, quando preciso perdoar alguém, eu procuro primeiro sentir pena da pessoa, dó mesmo (se der). Daí vem, devagar, o perdão, a não reação de pagar com a mesma moeda, pois isto nos levaria outra vez a contendas sem fim. Mas também eu acho difícil o perdão verdadeiro. É algo no qual eu trabalho sem cessar, pois sei que será melhor para todos e muito, muito melhor para mim. Vamos pensar nisto nesta semana? Muita paz e “Até!”

Glorita Caldas é professora e consultora da LAC Consultoria, e-mail: glocaldas@uol.com.br