O que o telescópio Hubble nos ensinou sobre o Universo em 30 anos
Opiniao

O que o telescópio Hubble nos ensinou sobre o Universo em 30 anos

Lançado ao espaço no dia 24 de abril de 1990, pelo ônibus espacial Discovery (missão STS-31), o Telescópio Espacial Hubble está em vias de completar 30 anos no espaço. Como um satélite artificial da Terra, o telescópio iniciou sua missão de mostrar e fotografar o espaço profundo, poucas semanas depois. O Hubble dá uma volta em torno da Terra a cada 95,37 minutos, a uma altura variável de  537 a 541 km e uma inclinação de 28,47 graus em relação ao equador terrestre. Seu nome é uma homenagem a Edwin Powell Hubble, astrônomo que identificou que a velocidade de afastamento das galáxias é proporcional à distância que as separam.
É difícil estimular a quantidade extraordinária novas informações astronômicas que o Hubble tem fornecido aos astrônomos e ao mundo ao longo de suas três décadas da atividade. O telescópio espacial nos tem relatado desde o nascimento e a morte de estrelas em toda a nossa galáxia até o mapeamento da misteriosa matéria escura. E respondeu a algumas questões científicas imprevistas e surpreendentes, abriu a perspectivas de novas pesquisas e expandiu os limites da compreensão e admiração entre muitos astrônomos e astrofísicos.

Como é o Hubble?
Com as dimensões de ônibus escolar — com 13,2 metros de comprimento por 4,2 metros de diâmetro – o Telescópio Espacial Hubble (em inglês Hubble Space Telescope, HST) é um satélite artificial não tripulado que transporta um grande telescópio para luz visível e infravermelha. Para corrigir problemas e fa-lhas de seus equipamentos, o Hubble já recebeu pelo menos quatro missões de astronautas da NASA, para reparos e manutenção em órbita de equipamentos obsoletos ou inoperantes.
O telescópio espacial permitiu que os astrônomos pudessem, pela primeira vez, ver e estudar com muito mais detalhe estruturas do Universo além da nossa galáxia, até então desconhecidas ou pouco observadas. O telescópio ofereceu à Humanidade uma nova visão do Universo e proporcionou um salto equivalente ao dado pela luneta astronômica de Galileu Galilei no século 17.
A ideia original surgiu em 1946. Desde aquela concepção original, a iniciativa de se construir um telescópio espacial sofreu numerosos atrasos e problemas orçamentários.
Sua primeira foto foi de uma estrela binária, HD96755, no aglomerado aberto NGC 3532, a cerca de 1.300 anos – luz de distância da Terra. Desde então, imagens de galáxias a 10 bilhões de anos-luz de distância, buracos negros e, mais recentemente, exoplanetas deslumbraram o mundo e melhoraram nossa compreensão da maravilha do universo.
O telescópio espacial Hubble faz parte hoje de um quarteto de telescópios da NASA do programa Grandes Observatórios Espaciais (Great Observatories Program), que consistem numa família de quatro observatórios orbitais, cada um observando o Universo num comprimento diferente de onda: luz visível, raios gama, raios-X e infravermelho.
São eles:
• Telescópio Espacial Hubble, que opera em luz Visível e Ultravioleta
• Telescópio Espacial Compton — Raios Gama
• Telescópio Espacial Chandra — Raios X  
• Telescópio Espacial Spitzer — Infravermelho. Este telescópio espacial encerrou sua missão no dia 30 de janeiro de 2020, após 16 anos de atividade no espaço.