O que você está fazendo aí com o pouco tempo que te resta?
Opiniao

O que você está fazendo aí com o pouco tempo que te resta?

A gente vai embora e fica tudo aí. As dívidas do banco, as parcelas do veículo novo, as contas a pagar… a gente vai embora sem se quer guardar as comidas na geladeira, tudo apodrece, nem as roupas do varal a gente tira, e toda importância que pensávamos que tínhamos, desaparece. A vida continua, as pessoas superam e seguem suas rotinas… a gente vai embora e todos os grandes problemas que achávamos que tínhamos se transformam em um imenso vazio.
Não existem problemas: Eles moram dentro de nós. As coisas têm a energia que colocamos nela, na qual exercem em nós a influência que permitimos. A gente vai embora e o mundo continua caótico, como se nossa presença ou ausência não fizessem a mínima diferença. E não faz! Somos pequenos e prepotentes. Vivemos nos esquecendo que a morte vive sempre a espreita. A gente vai embora. Pois é. É bem assim. Piscou, a vida se vai.
O cachorro é doado e se apega aos novos donos. Os viúvos se casam novamente, andam de mão dadas e vão ao cinema. A gente vai embora e somos rapidamente substituídos no cargo que ocupávamos. As coisas que usávamos são doadas ou jogadas fora. E, quando menos se espera, a gente vai embora, aliás, quem espera morrer?
Se esperássemos pela morte, talvez vivêssemos melhor. Talvez vestíssemos a melhor roupa hoje! Falássemos ‘eu te amo’ hoje! Chamássemos nossas esposas e família para jantar hoje! Talvez a gente até comêssemos a sobremesa antes do almoço. Talvez a gente esperasse menos dos outros. Se esperássemos pela morte, talvez a gente perdoava
Mais, ria mais, se divertia mais, saía para ver o mar e talvez a gente quisesse mais tempo e menos dinheiro. Quem sabe a gente podia entender que não vale a pena se entristecer com coisas banais, ouvisse mais música, dançasse mais mesmo sem saber?
O tempo voa e, a partir do momento que a gente nasce, começa uma viagem veloz com destino ao fim. E ainda há aqueles que vivem com pressa, sem ao menos se dar o Presente de perceber que cada dia a mais é, na verdade, um dia a menos, pois a gente vai embora.

 

“É o tempo que você perde com as rosas, que faz elas serem tão importantes.”  Antoine de Saint-Exupéry – piloto e escritor francês, (1900-1944)