Obrigado pela solidariedade
Opiniao

Obrigado pela solidariedade

Amigos leitores, nesses quinze dias que se passaram, deparei-me com situações inesperadas e me surpreendi com a disponibilidade de tantos amigos colaboradores que estenderam suas mãos e abraçaram a causa dos desabrigados pelas chuvas não somente no Rio de Janeiro, mas também em Minas Gerais, Franco da Rocha e em nossa vizinha Mauá.

A iniciativa de arrecadarmos alimentos não perecíveis, roupas, materiais de limpeza ou de higiene pessoal, surgiu através de uma conversa com minha avó Isabel, na qual, no auge de seus 82 anos, ressaltou a importância de separarmos nossas antigas roupas e comprarmos alguns quilos de alimentos e doarmos para a instituição Cruz Vermelha. A partir dessa idéia, respondi para minha avó que reuniríamos algumas doações, mas ela certamente não poderia imaginar o volume de caixas, sacolas, sacos, malas e garrafas de água mineral, que chegariam dia após dia e que agora preparam-se para seguir viagem e poderem servir aos nossos irmãos mais necessitados.

Ao longo dessa quinzena de arrecadações, vivenciamos situações completamente inesperadas, nas quais nos alegramos com algumas e nos decepcionamos com outras. Interessante recebermos apoio de pessoas das quais pouco esperávamos e por outro lado, não recebemos apoio de outros, com os quais tínhamos a certeza de podermos contar. Sábio foi aquele homem ou mulher, que criou o seguinte dizer: “A vida é uma caixinha de surpresas”.
Assim está sendo essa campanha. Surpresa é receber a informação de que uma senhora residente em um bairro humilde na zona leste de São Paulo, após fechar as portas de seu brechó, desejava doar mais de 6.500 peças de roupas. Ao chegar na casa dessa bondosa senhora e deparar-me com condições tão humildes de moradia, com muito jeito e discretamente perguntei-lhe, se outros brechós não desejariam adquirir tais roupas, o que ainda permitiria com que ela conseguisse lucrar algo, com a venda do que sobrou de sua loja. A mulher, com sua forma simples de ser, respondeu-me: “Não existe melhor pagamento do que ajudar quem precisa. A casa deles está no chão e a minha está de pé, então não  há maior satisfação do que poder ajudar”. Palavras pronunciadas por uma mulher batalhadora, simples, a qual certamente não apresenta condições financeiras elevadas, mas que apresentou uma nobreza exemplar.

Poder organizar uma campanha como essa, foi para mim uma maravilhosa oportunidade de vivenciar na prática a religiosidade com a qual cresci e que fortificou minha personalidade. A união entre a oração e a ação, certamente promove a melhor condição para que possamos elevar nossos gestos e nos aproximarmos cada vez mais, dos ensinamentos de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Rogo a Deus que ilumine a vida de todos os afetados pela chuvas, para que possam reerguer-se da tristeza e edificarem suas vidas com fé, paz e esperança.
Aos meus amigos colaboradores, também rogo as bênçãos de Deus, pois sem eles nada seria possível. Obrigado ao meu pai, minha irmã, e minha avó, que são amigos de todos os momentos.

Marcos Rodrigues Pinchiari é cirurgião-dentista em Santo André – e-mail: mpinchiari@yahoo.com.br