Ordem do Santo Sepulcro de Jerusalém
Opiniao

Ordem do Santo Sepulcro de Jerusalém

16/06/2012

Caros amigos leitores, dedico o espaço da coluna jornalística dessa semana, para escrever um pouco de uma antiqüíssima e nobre instituição fundada pela Igreja Católica Apostólica Romana, ainda nos tempos medievais, que conseguiu com dignidade e fidelidade, manter-se na linha de frente em seus propósitos de defesa da fé cristã, do cuidado para com a Terra Santa e na manutenção, desenvolvimento e coordenação de todas as obras assistenciais católicas em Jerusalém: Ordem Equestre do Santo Sepulcro de Jerusalém. O motivo de dedicar-me a esse assunto, explica-se que, como Cavaleiro dessa Ordem, investido em cerimônia solene da Santa Missa no mosteiro de São Bento , em Salvador, Bahia, sinto-me honrado em poder divulgar tão nobre instituição e suas obras pelo mundo, além do fato que nessa semana , Santo André receberá a presença do Delegado Magistral da Ordem, o amigo, Conde Luiz Roberto di San Martino-Lorenzato.
A Ordem Eqüestre do Santo Sepulcro de Jerusalém pode ser definida como a única instituição leiga da Santa Sé encarregada de suprir as necessidades do Patriarcado Latino de Jerusalém e de sustentar a atividade e as iniciativas em favor da presença cristã na Terra Santa. O Patriarcado tem, portanto, como principal fonte de contribuição institucional as ofertas feitas pelos Cavaleiros e Damas da Ordem, a qual é internacional e presente em todos os países que tenham professada a fé católica.  A Ordem Eqüestre do Santo Sepulcro tem sua origem na Ordem dos Cônegos da Santo Sepulcro, constituída por Godofredo de Bullion, o qual após conquistar a Terra Santa dos mulçumanos, foi coroado primeiro rei do Reino Latino de Jerusalém, na época da primeira Cruzada, em 1099. Esta Ordem foi uma das cinco que se instituíram nos Lugares Sagrados: a Ordem do Templo (Templários), a Ordem de São João de Jerusalém, também conhecida como Ordem de Malta, a Ordem do Santo Sepulcro,   a Ordem dos Cavaleiros Teutônicos e a Ordem de São Lázaro de Jerusalém.   Atualmente, somente são reconhecidas oficialmente pela Santa Sé, como Ordens verdadeiras originárias das Cruzadas e que mantiveram suas atividades de maneira contínua, a Ordem do Santo Sepulcro, a Ordem de Malta e a Ordem Teutônica, a qual hoje é iminentemente religiosa. Foi concedido aos Cavaleiros a precedência de  vestirem a capa branca, símbolo de pureza, bordada com o símbolo máximo de Jerusalém:a Cruz vermelha de Jerusalém, enquadrada por outras quatro pequenas cruzes, em recordação das cinco feridas sofridas por Cristo. Os Cavaleiros na época das Cruzadas,não se limitaram a guardar os Lugares Santos. Pelo contrário, estavam sempre na vanguarda das duras batalhas travadas contra os muçulmanos. Eram olhados com enorme respeito e vistos como o exemplo mais sublime entre a nobreza, fato esse mantido até os dias de hoje pela tradição católica romana.
Através de seus integrantes em todo o mundo, a Ordem é a grande responsável pela manutenção não somente das obras históricas da Terra Santa, mas também na assistência aos cristãos residentes naquela região, através de escolas e hospitais, além do amparo e recepção aos peregrinos.Esse trabalho que resiste fielmente através dos séculos, tem seu reforço no Brasil, através da delegações dos Cavaleiros e Damas do Rio de Janeiro,São Paulo e de Salvador, na Bahia, que é a primazia do Arcebispado nesse país. A fé em Jesus Cristo, a fidelidade à Igreja Católica e ao Papa,o comprometimento para com a solidariedade e caridade, além do respeito pela história dos cristãos na Terra Santa, são características fundamentais para que um cristão possa sert aceito nessa tão antiga, tradicional e eficiente instituição até os dias atuais.

Marcos Rodrigues Pinchiari é cirurgião-dentista em Santo André e-mail: mpinchiari@yahoo.com.br