“Quem ama o dinheiro não se fartará do dinheiro; nem o que ama a riqueza se fartará do ganho.” Eclesiastes, 5:10
Há muito tempo participei de um grupo cuja atividade era verificar as reais necessidades das famílias carentes que solicitavam ajuda, para assisti-las, levar-lhes palavras de bom ânimo e confortá-las. Era uma manhã fria de inverno: o sol, sem pressa alguma, despontava com seus raios dourados no horizonte, dissipando a neblina. Encontramo-nos, tomamos um chá de canela e delineamos a atividade do dia.
Faltava uma família para ser localizada; uma senhora da terceira idade, simpática e sorridente nos atendeu de forma jovial e prazerosa. Não era a família que procurávamos. Pedimos água. Um cômodo apenas servia de morada àquele coração amigo. Uma mesinha, com algumas fotos dos filhos, que já não faziam parte de seu convívio, compunha sua pouca mobília.
Perguntamos o que lhe faltava, se não tinha medo da vida… Respondeu que nada lhe faltava. Se Deus é a segurança de tudo e de todos, tanto no céu como na terra, o que deveria temer? Sua figura extrovertida expressava uma alegria contagiante. Sorrimos bastante e aprendemos muito com sua postura otimista, confiante e corajosa. Diante daquela grandeza de alma, nos sentimos pequenos e ao mesmo tempo felizes e fortalecidos.
Vivemos em busca de igualdade “nas aparências”
Muitos não se arrependem de terem investido em bolsas de valores, imóveis, carros etc; em leitos de hospitais muitos se arrependem por não terem conseguido ser felizes, por não terem buscado a realização interior e sofrem pelo apego a coisas que não levarão… Quando alimentamos o ideal de igualdade, sempre o fazemos tentando igualar-nos àqueles que se encontram bem situados no contexto das riquezas, dos poderes transitórios e passageiros da terra, que se extinguem como as nuvens…
Segundo o Dr. Augusto Cury, “muitos não conseguem tirar o pouco do muito que têm; outros tiram o muito do pouco que possuem”. O otimismo é, certamente, uma feição divina que pode apoderar-se das criaturas e fazer parte delas em sua caminhada pela eternidade. Otimismo e coragem são quase idênticos. Diferenças aparentemente não existem pelo que apresentam de semelhante. Contudo, o otimismo é a coragem educada e a coragem é o otimismo em preparo. Se, porventura, surgirem problemas em nossa vida, consultemos o Evangelho; empenhemo-nos com Jesus,como se estivéssemos orando todos os dias, que a solução não tardará. Se, por acaso, a demora nos impacientar, lembremo-nos do sofrimento do Mestre, que o amor desabrochará em nosso coração.Quem ama ou se esforça para amar sentirá um sol nascer no mundo íntimo, espantando as trevas e clareando as estradas que devemos percorrer, que são os caminhos do amor. Sigamos a orientação da Madre Tereza de Calcutá:
“Boas obras são elos que formam uma corrente de amor. Espalhe amor aonde você for. Não deixe que ninguém se aproxime de você, sem partir mais feliz”.
O meu abraço carinhoso à todos
