Osesp recebe, pela primeira vez, maestro francês Ludovic Morlot
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Osesp recebe, pela primeira vez, maestro francês Ludovic Morlot

 Dando continuidade à sua Temporada 2022- “Vasto Mundo: Clássicos Modernistas”, a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo  (Osesp) se apresenta na Sala São Paulo entre, quinta (26) e sábado (28) de maio, tendo como convidados, pela primeira vez, o maestro francês Ludovic Morlot e o violinista sueco Daniel Lozakovich, de apenas 21 anos. O repertório inclui a estreia brasileira de FrisLand, do compositor português Luís Tinoco, e peças de Prokofiev (seu Concerto para Violino nº 2 em Sol Menor), Ravel (a Rapsódia Espanhola) e Debussy (Images: Iberia). A performance do dia 27 de maio, às 20h30, terá transmissão digital no canal da Osesp no YouTube.

FrisLand foi uma encomenda para a série anual de concertos da Orquestra Sinfônica de Seattle inspirada no legado dos maiores músicos populares daquela cidade. Artistas tão variados como Jimi Hendrix, Ray Charles e Quincy Jones, e grupos tão diversos como Nirvana, Soundgarden e Alice in Chains têm, todos, fortes raízes em Seattle. Também Bill Frisell, um dos mais famosos guitarristas e compositores norte-americanos e um dos músicos de jazz mais influentes da atualidade, está ligado à cidade de Seattle, onde vive há mais de 30 anos. A grande admiração do português Luís Tinoco pelo trabalho de Frisell data de muito tempo. Assim, quando a Sinfônica de Seattle lhe propôs a escolha de um artista da cidade sobre quem refletir, o compositor não pensou duas vezes. Conhecendo muito bem as composições e improvisações de Frisell, rapidamente foi capaz de selecionar alguns de seus excertos mais memoráveis. Chamados por Tinoco de “frisellprints”, esses excertos são evocados nesta obra, mas raramente na forma de citações diretas.

Escrito ao longo de 1935 e estreado em 1º de dezembro do mesmo ano, em Madri, pelo violinista francês Robert Söetens, o Concerto para Violino nº 2 foi a última obra terminada pelo russo Sergei Prokofiev antes de seu retorno em definitivo para a URSS, e reflete sua vida nômade de então. O tema principal do primeiro movimento foi escrito em Paris, o primeiro tema do segundo movimento em Voronej (região central da Rússia), e a orquestração completada em Baku, no Azerbaijão.

A Rapsódia Espanhola, composta pelo francês Maurice Ravel entre 1907 e 1908, precede em um ano a suíte Iberia, de Debussy, o que contradiz a opinião corrente de que a obra de Ravel foi escrita sempre como um eco imediato à de Debussy. Na peça encontramos, entre outros, os ritmos da malagueña, da habanera e do fandango. Antes de Ravel ou Debussy, os românticos já haviam voltado sua atenção para a península, como Bizet em sua Carmen, Chabrier em Espanha e Lalo na Sinfonia Espanhola. Isso se justifica pelo fato de que a França carece de uma música folclórica de cores marcantes, o que levou seus compositores a buscarem na vizinha Espanha a inspiração de um folclore que pudesse trazer o sentido de exotismo e rusticidade que não encontravam nas fontes locais.

Pensada inicialmente para dois pianos, o tríptico Iberia, a mais popular das três Images para orquestra (1905-1912), foi esboçado quando o francês Claude Debussy tinha 43 anos. Iberia descreve suas impressões da Espanha e é considerada uma das últimas grandes obras sinfônicas do compositor, que, no mesmo período, concluía a monumental La Mer e, ainda, três importantes composições para piano solo: Masques, D’un Ahier d’Esquisses e L’Isle Joyeuse (1905).