Palavras sinceras
Opiniao

Palavras sinceras

Ana morava com sua avó Maria em uma humilde casa distante da cidade, porém, a neta não se encontrava em boas condições de saúde. Sua avó não tinha muito dinheiro para levá-la ao médico, de modo que resolveu deixar a menina sozinha em casa para ir atrás de ajuda. Depois de muito andar, ela parou num hospital onde os médicos não poderiam se deslocar até sua casa; ela teria que trazer a menina para ser examinada, mas como se sua neta não podia sequer levantar da cama?
Foi então a uma igreja onde fez sua prece: -“Olá, sou eu, a Maria. Veja, a minha neta está muito doente. Eu gostaria que ela fosse curada. Por favor, anote aí o endereço”. Algumas senhoras que também estavam na capela estranharam o jeito da Maria fazer aquele pedido. Maria continuou:
“É muito fácil chegar em casa. É só seguir o caminho das pedras e, quando passar o rio com a ponte, entre na segunda estradinha de barro. Passe a vendinha. A minha casa é o último barraquinho daquela ruazinha”. As senhoras que tudo acompanhavam esforçavam-se para não rir. “Veja bem”, continuou a avó Maria. “A porta está trancada, mas a chave fica de baixo do tapetinho vermelho na entrada. Por favor, cure a minha netinha. Obrigada”. E quando todas achavam que já tinha acabado, ela complementou: “Ah sim! e por favor, não se esqueça de colocar a chave de novo embaixo do tapetinho vermelho, senão eu não consigo entrar em casa. Muito obrigada mesmo”. Aí as senhoras caíram na gargalhada mesmo, e comentaram entre si o quão triste é descobrir que as pessoas não sabem orar. Mas Dona Maria, ao chegar em casa, não pode se conter de emoção ao ver Ana brincando sentada no chão junto às suas bonecas: “Menina, você já está de pé?”
Ana olhou carinhosamente para a avó e disse: “Um médico esteve aqui, vovó. Deu-me um beijo na testa e disse que eu ia ficar boa. E eu fiquei! Ele era tão bonito, vó! Sua roupa era branquinha… Ah! ele mandou lhe dizer que foi fácil achar a nossa casa e que ele ia deixar a chave debaixo do tapetinho vermelho”.

“Não precisamos de palavras bonitas, precisamos de palavras sinceras.” – autor desconhecido