Paulo Serra: “Vemos a cidade o tempo todo evoluindo”
Política

Paulo Serra: “Vemos a cidade o tempo todo evoluindo”

 O prefeito de Santo André, Paulo Serra, revelou, em entrevista exclusiva, que a cidade tem “seguido o ritmo de trabalho”. Contou que o município redescobriu sua vocação industrial, por meio da inovação. Na área da Saúde, disse que, até junho, irá zerar todas as filas de especialidades na cidade; na Educação, que irá entregar até junho, o Complexo Educacional Professora Cleide Bochixio, com duas creches e uma EMEIF de Ensino Integral. Para o futuro, mencionou o projeto Santo André 500 anos, que prepara a cidade para os próximos 30 anos. Na área política, disse que ainda não há um projeto definido para o futuro, mas que irá continuar trabalhando com transparência, e apostará em “projetos coletivos”. Confira.

Folha do ABC – Nestes primeiros três meses, do terceiro ano de governo, do segundo mandato, quais os principais avanços para o município e qual será o direcionamento que o sr. encaminhará o governo para este primeiro semestre do ano?

Paulo Serra – A ideia é manter este ritmo de trabalho, principalmente com o final da pandemia e que de alguma forma atrapalhou o planejamento. E em especial neste pós-pandemia, a gente consegue retomar o planejamento. Então, temos o nosso Plano de Governo, que está materializado no nosso plano de metas. Este monitoramento do nosso plano de metas, que é resultado de um modelo de gestão que implementamos em 2017, tem dado resultado.

   Temos grandes obras em execução: Hospital do Idoso na Vila Luzita, Hospital Veterinário (que será inaugurado, neste primeiro semestre) e o Complexo Viário de Santa Terezinha. Vamos entregar, agora, no aniversário da cidade, o Teatro Conchita de Moraes, mais um símbolo que está sendo resgatado, ano passado já entregamos o Carlos Gomes. São dois equipamentos culturais que não recebiam nenhum tipo de atividade há décadas. Então, tem um simbolismo importante.

   E nas áreas que têm ligação mais direta com a gestão pública, como Saúde e Educação, o que temos feito em ambas, é fazer o diagnóstico do que a pandemia causou nestas áreas. Então, na Saúde, voltamos com muita intensidade com o ‘Saúde Fila Zero’ e o Qualisaúde. Além do Hospital do Idoso na Vila Luzita que está sendo construído e será entregue no 1º semestre de 2024, além do CHM (Centro Hospitalar Municipal) que está sendo modernizado, e será entregue no segundo semestre deste ano. Estamos reformando as unidades de Capuava, Cidade São Jorge e Vila Guiomar. As três unidades serão entregues este ano, modernizadas.

   Vamos dar início às obras, agora neste mês de abril, na nova unidade do Jardim Ana Maria e do Marek, que serão todas entregues no segundo semestre. Também fazemos mutirões, nos finais de semana, do Saúde Fila Zero, para zerarmos as especialidades. Tínhamos zerado em 2019. O prazo máximo de espera na cidade era de 30 dias, antes da pandemia. Até o mês de junho iremos zerar todas as filas de especialidades na cidade. Fazemos o mutirão, mas paralelo a isso, fazemos o diagnóstico, para entendermos o quanto de pessoas deixaram de ter convênio médico e começaram a usar o serviço público. A pandemia gerou uma migração, tanto gente que acabou saindo da Saúde pública e indo para a privada, quanto o contrário.

   Além disso, há o plano de metas e do plano de gestão, o grande diferencial para este aniversário é de iremos apresentar para a cidade também, uma Santo André do futuro, que é o ‘Santo André, 500 anos’. Este projeto começa a sair do papel, agora, pelo menos para as pessoas, neste mês de abril. E iremos ter um ano de discussões intensas pela cidade, porque a ideia é que em abril de 2024 apresentemos para a cidade um planejamento estratégico de tudo aquilo que a cidade precisa fazer nos próximos 30 anos para continuarmos neste ritmo de termos mais qualidade de vida, melhorando os índices e o IDH. Vamos deixar tudo isso debatido e apresentado para a cidade, para que a cidade, nos próximos 30 anos, já tenha esse caminho.

Folha – Nas áreas de Educação e Economia, que são mais sensíveis à população, quais as principais conquistas, neste início de ano?

Serra – As PPPs estão acontecendo, nos eventos, na alimentação e isso tem gerado receita para os parques, tem feito com que os nossos parques tenham uma atratividade diferente. Então, hoje fazemos a concessão de espaços públicos e podem ser operados. Levam mais serviços para usuários dos parques e traz recursos que são utilizados na manutenção dos próprios parques. Isso tem andando bem e temos duas grandes concessões que estão em curso. Uma que é a do lixo, coleta do lixo, que queremos fazer uma concessão. Já estamos avançados com a PPP. Devemos assinar, ainda neste ano, o projeto de lei de concessão do serviço funerário dos cemitérios, que mandamos para a Câmara e vamos aguardar os vereadores deliberarem para avançarmos também.

   Na Educação temos três creches, que já iniciamos uma e iremos iniciar mais duas em Utinga. Entregaremos, neste mês de abril, a ampliação de uma EMEIF e temos outra EMEIF de período integral, que entregaremos até junho, que inclusive vai levar o nome de Complexo Educacional Professora Cleide Bochixio. É um complexo com duas creches e uma EMEIF de Ensino Integral, no Alzira Franco. Estamos fazendo o diagnóstico da rede, porque tínhamos zerado o déficit de creches com dez creches que entregamos e, agora, estamos fazendo este diagnóstico para cobrir na cidade, esta questão de vagas e estamos investindo na construção de EMEIFs, porque como construímos muitas creches, de zero a três anos evoluímos muito e, agora, precisamos dar continuidade na formação destas crianças.

   Somos um dos primeiros municípios do Brasil a ter aula de robótica no Ensino Infantil. Estamos investindo, também, em lousas digitais. Será uma por escola para poder inserir as ferramentas tecnológicas no dia a dia. Temos que ir inserindo essas ferramentas tecnológicas no dia a dia, porque contribui muito na formação destas crianças.

   Na área Econômica, estamos felizes porque Santo André tem batido e liderado a maioria dos rankings de geração de emprego. Primeiro porque não tivemos fuga de montadoras e de empresas, devido a nossos programas de desburocratização e incentivos tributários. Mas, a cidade, por outro lado, redescobriu essa vocação industrial, que é a inovação. Santo André está se reinventando e a inovação tem atraído grande valor agregado. Não só nos números, na geração de empregos, mas nas novas oportunidades que surgem. Então, temos o nosso Parque Tecnológico, que já foi premiado e é, hoje, uma referência.

   Vemos grandes centros logísticos se instalando, novamente, em Santo André, como a Femsa Coca-Cola, como a Royce Connect, um grande Centro Logístico da MBigucci que está sendo construído na Av.dos Estados que já tem 18 empresas alocadas por lá, com pré-aluguel. Temos, onde era a antiga área da Rhodia Química, uma outra gigante da logística que adquiriu aquela área e que vai construir um dos maiores complexos logísticos do Estado de São Paulo.

   Além de termos conseguido manter e ampliar aquelas indústrias que estavam aqui, como é o caso da Prometeon Pirelli, da Bridgestone e o caso do Polo Petroquímico, da Braskem, todas investindo em suas plantas e as ampliando. A Pirelli trouxe para cá o seu headquarter que estava, parte dele, lá na Av.Faria Lima, em São Paulo. Então, ficamos muito felizes com isso e vemos que a nossa lei de incentivos tributários funciona pra valer.

   Em Santo André, uma destas grandes empresas teve desconto de R$ 800 mil no seu IPTU porque gerou empregos e pode ser beneficiada por essa legislação que incentiva a geração de emprego. Também na área de serviços a Rede D’Or e tantos outros investindo aqui, além da construção civil que aumentou em 700% o número de lançamentos e isso tem a ver com o nosso processo de desburocratização que facilitou muito a vida do empreendedor, mas com a qualidade de vida. Hoje, Santo André atrai moradias e novos moradores porque tem um bom pacote de serviços nas mais variadas áreas, gastronomia, shoppings, parques. Vemos qualidade de vida aqui na cidade, com alto IDH.

Folha- O sr. criou uma marca do governo Serra: “cuidar da nossa gente”, aliada a todos os projetos que compõem a sua gestão e que se mostraram exitosos. Afinal, o sr. conseguiu se reeleger com mais de 76% dos votos, fez uma cadeira na Alesp, com o trabalho da sua esposa e primeira-dama.  Agora, a marca de gestão Serra ganhará mais capilaridade no Estado e o sr. poderá expandir o capital eleitoral que o sr. tem para um universo maior. Como o sr. avalia isso e onde este legado Serra, tanto pelo seu trabalho, quanto da sua esposa, poderá chegar?

Serra– É um trabalho de uma equipe, pode ser a marca que fica por conta que estamos nesta posição, mas é um trabalho coletivo e acredito muito nisso. Ninguém faz nada sozinho e alguns que já tiveram essa oportunidade de liderar no ABC, por individualismo ou por outros problemas, acabou por não conseguir liderar. Por isso, seguimos outra cartilha, a da coletividade, a de dividir tarefas, de tratar as pessoas com respeito, com carinho, com atenção. De olhar no olho e isso faz diferença tanto no dia a dia com a equipe, quanto nas ruas. Melhoramos a vida das pessoas e este modelo que você se referiu tem dois principais eixos. Primeiro, gestão responsável e transparente, com responsabilidade com dinheiro público com cuidado, carinho e proteção social. Talvez eu e a Ana Carolina nos complementamos nisso. Cuidei mais da gestão, diretamente, mas ela conseguiu com o Núcleo de Inovação, demonstrar que é possível cuidar das pessoas com um lado social muito forte. O outro eixo, conseguimos demonstrar que é possível gerar empregos, acelerar a economia, fazer que a cidade cresça, se desenvolva, com sustentabilidade. Sem maltratar o patrimônio público, a história da cidade. Esses dois núcleos são especiais e foram o que fizeram este modelo de gestão dar certo.

   Vamos trabalhar o futuro deste legado, não só através do mandato da Ana Carolina, mas de começar a mostrar para as pessoas, principalmente nas cidades médias do interior do Estado, levar bons programas como o ‘Moeda Verde’, e como tantos outros que deram certo. Queremos levá-los para construirmos cidades cada vez melhores e consequentemente o Estado e o país cada vez melhores. Agora, ainda não há um projeto definido para o futuro. Meu grande sonho na política era ser prefeito de Santo André, mas é claro que quero continuar na vida pública e aí deixar, também, para o que o destino nos guarda. Vou continuar trabalhando com transparência, sempre olhando nos olhos das pessoas, sempre respeitando as pessoas e apostando muito em projetos coletivos. Nunca em projetos individuais.

Folha do ABC – Qual o presente que o sr. gostaria de dar ao município, neste aniversário de 470 anos?

Serra – O grande presente é plantar esta Santo André do futuro. Lembro-me que quando começamos esta jornada em 2016 falava muito que a cidade precisava voltar a plantar e por isso que ela tinha ficado parada por dez anos. E nós, além de termos colocado movimento na cidade, novamente, Santo André voltou a ter vida, voltou a ter orgulho, pertencimento, voltou a investir, voltou a ter obras. Vemos a cidade o tempo todo evoluindo. O grande presente é a grande semente que queremos deixar, agora, com Santo André mais arrumada, mais estruturada, é um olhar de futuro, que essa cidade tem, ainda, muito para crescer e se desenvolver e que pode ser cada dia melhor.

 

NOTA

Segundo a assessoria de imprensa da Pirelli, na frase proferida pelo prefeito, durante a entrevista:“Além de termos conseguido manter e ampliar aquelas indústrias que estavam aqui, como é o caso da Prometeon Pirelli, da Bridgestone e o caso do Polo Petroquímico, da Braskem, todas investindo em suas plantas e as ampliando”,  foi explicado:Prometeon é uma empresa e a Pirelli é outra. Não há ligações entre elas. O certo (neste caso) seria Prometeon, somente”.

“A Pirelli trouxe para cá o seu headquarter que estava, parte dele, lá na Av.Faria Lima, em São Paulo. Então, ficamos muito felizes com isso e vemos que a nossa lei de incentivos tributários funciona pra valer.” Segundo a assessoria, esta informação proferida durante a entrevista não procede. “O headquarter da Pirelli continua na Av. Faria Lima, em São Paulo”.