Pijama e camisola
Opiniao

Pijama e camisola

Para as bisavós de outrora, criadas na plenitude das boas maneiras, pijama e camisola eram roupas apenas para dormir e jamais deveriam sair do quarto. Isto é, no café da manhã ou em qualquer outra refeição – que aconteciam somente na cozinha, copa ou sala de refeições – as pessoas iam vestidas, antigamente, com trajes para o trivial ou social.
No entanto, atualmente, nos deparamo, muitas vezes, com homens de pijamas e mulheres de camisola, lendo ou passeando pelos jardins ou varandas das casas. Lazer não se faz com tais roupas íntimas. Deve haver propriedade de expressão nas vestimentas em função do trivial doméstico.
Ouvimos dizer um comentário, já estudado por sociólogos, antropólogos e etólogos, sobre a deturpação coletiva condominial do pijama e da camisola. Fala-se em vários casos, sobre os enormes condomínios, na deturpação sócio-urbanística.
Na modalidade social-coletiva, pessoas em vivência comum, quando  passam a viver em prédios de apartamentos, muitas vezes, adotam procedimentos inaceitáveis.
Por exemplo, observou-se, em alguns casos, que em condomínios com serviço de lanchonetes e afins, há quem se levante de pijama ou camisola e tome seus cafés matinais dessa forma. Junto a pátios imensos ou campos de esportes nas áreas de alimentação ou de lazer, alguns ultrapassando até o horário de almoço, inclusive. Fala-se em dezenas ou centenas de condôminios faltosos em muitas cidades grandes.
É preciso revigorar urgentemente as boas maneiras, também, no decoro social.

Nelson Zanotti é professor emérito da Fundação Santo André, Sítio de Tangarás.