Poderíamos chamar a Via Láctea de “Nossa Morada no Cosmos”
Opiniao

Poderíamos chamar a Via Láctea de “Nossa Morada no Cosmos”

Ao longo dos últimos dois séculos, houve uma grande evolução da concepção científica dos astrônomos sobre da Via Láctea. Assim, com base no avanço das tecnologias digitais, sabemos hoje muito mais sobre a Via Láctea, que é uma galáxia espiral, da qual faz parte nosso Sistema Solar.
A Via Láctea abriga cerca de 200 bilhões de estrelas. Uma delas é nosso Sol. Quando olhamos para o céu, numa noite clara e estrelada, em regiões distantes das luzes das cidades, vemos um cenário parecido com o da foto maior, feita no Deserto de Atacama, onde se localiza o Observatório de La Silla, da Agência Espacial Europeia (ESO), nos Andes chilenos, a 2.600 metros de altitude.

Via Láctea, em latim, quer dizer “caminho de leite”. Um de seus sinônimos, a palavra galáxia, de origem grega, também se refere ao leite. E quando vista a olho nu, essa imensa faixa se parece com uma estrada leitosa a cruzar o firmamento como um grande arco. 

Mas, na realidade, ela é formada de nuvens de poeira e gás. Uma de suas 200 bilhões de estrelas é o nosso Sol, que está situado a 26.000 anos-luz do centro galáctico. Quanto à idade, nossa galáxia é bem velha: 13,2 bilhões de anos, quando o Big Bang deve ter ocorrido há 13,8 bilhões de anos.

Como costumam dizer os filósofos da Cosmologia, nós, seres humanos, somos poeira das poeiras, diante das dimensões do Universo conhecido – que é muitas vezes maior do que a Via Láctea e deve ter algo próximo de 100 bilhões de galáxias. 

Mesmo essa galáxia já nos dá uma ideia bastante nítida do que são as grandezas astronômicas. Com um diâmetro de cerca de 100.000 anos-luz, ela tem uma espessura de 1.000 a 3.000 anos-luz. E, para relembrar, um ano-luz é a distância que a luz percorre em um ano – quase 9,5 trilhões de quilômetros. 

O núcleo da Via Láctea hospeda um buraco negro gigantesco ou supermassivo – com campo gravitacional tão forte que atrai tudo que está à sua volta. Dessa força de atração nada escapa. Nem mesmo a luz. E vale lembrar que todas as galáxias têm um buraco negro no centro.
Quanto ao seu formato e suas dimensões, ela é classificada como uma galáxia espiral intermediária. Os múltiplos “braços” dessa espiral abrigam 200 bilhões de estrelas. E para que nos sintamos ainda menores, é bom lembrar que o Universo conhecido dos astrônomos abriga centenas de bilhões de outras galáxias, maiores ou menores do que Via Lactea.
 
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