Por que se preocupar com as mudanças climáticas?
Fabio Picarelli Opiniao

Por que se preocupar com as mudanças climáticas?

Uma natureza revoltada com as ações do Homem contra ela é muito mais devastadora para o planeta do que a guerra fria que leva à morte milhares de vítimas inocentes. As consequências das mudanças climáticas incluem secas intensas, escassez da água, incêndios severos, maremotos, terremotos, inundações, vendavais, frio e calor extremos. E pode ser muito mais rápida do que qualquer conflito armado entre Estados.
É verdade que as transformações nos padrões da temperatura e clima são a longo prazo. Só que as mudanças ocorrem há milhões de anos e cada vez mais as atividades humanas sobrepõem-se à natureza. A queima de combustíveis fósseis como carvão, petróleo e gás produzem gases que retêm o calor, o que pode tornar os ecossistemas vulneráveis. Cientistas observam que o aumento da temperatura média está acelerado e tem elevado o nível do mar devido o derretimento das calotas polares. Isso pode levar ao desaparecimento de ilhas e de cidades litorâneas.
O Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), órgão das Nações Unidas, relata que 90% do aumento da temperatura na Terra é causado pela ação do homem. É o ser humano que precisa repensar nas atitudes, como não desmatar, reduzir o descarte de resíduos sólidos, não emitir gases poluentes, preservar a água, a flora e a fauna. Estima-se que se continuarmos a jogar plásticos nos oceanos, em 2050 haverá mais resíduo do que peixe nos mares, uma grave ameaça à biodiversidade.
Um aumento de até meio grau a mais pode resultar em ondas de calor insuportáveis, causando a extinção de plantas e animais. Para o homem há ainda o risco do agravamento de doenças com a proliferação de vetores.
Por estas razões o tema vem ganhando mais espaço na mídia mundial. Recentemente um evento em Santo André reuniu renomados especialistas para discutir iniciativas de enfrentamento à crise climática. Um dos pontos abordados é o envolvimento das cidades, do Poder Público e da população. E também de grupos ambientais como o Plantar Hoje para Colher Amanhã.
O Inventário de Gases de Efeito Estufa do Município de Santo André, elaborado pelo Iclei (Governos Locais pela Sustentabilidade) a pedido da Prefeitura, constatou que entre 2018 e 2022 as atividades que mais emitiram gases de efeito estufa (GEE) foram: indústria com mais de 686 mil toneladas; transportes com 559 mil toneladas; e resíduos com 248 mil toneladas. O levantamento permite elaborar ferramentas sustentáveis para minimizar as mudanças climáticas e evitar o que ocorreu no Rio Grande do Sul, onde o transbordamento das águas arrasaram municípios.

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