Presidente e diretor da Enel são convocados por CPI na Alesp
Política

Presidente e diretor da Enel são convocados por CPI na Alesp

A CPI da Enel aprovou, na quarta, 8, as convocações do presidente da Enel Brasil, Nicola Cotugno, e do presidente da empresa em São Paulo, Max Xavier Lins. A decisão convocatória também atinge a diretora de Sustentabilidade da Enel Brasil, Marcia Massotti.

Os executivos terão de comparecer para depor na condição de testemunhas. Isso torna obrigatório o comparecimento, sob risco de condução coercitiva. O primeiro depoimento será de Lins, na terça (14), às 9h30. Já Cotugno e Massotti, deverão ser ouvidos na quinta (16), no mesmo horário.

A ação dos deputados ocorreu após o apagão elétrico que deixou 4,2 milhões de imóveis sem energia elétrica, boa parte deles, por mais de 50 horas. Além de oito mortes e a queda de centenas de árvores.

A convocação de Lins já havia sido protocolada, por requerimento do deputado Thiago Auricchio (PL), que preside a CPI, e de outros três parlamentares. “Já havíamos aprovado o convite para que o Max Vieira Lins viesse na CPI e explicasse todos os problemas identificados por nós. No entanto, o episódio do dia 3, transformou esse convite em convocação porque é inaceitável o que ocorreu e infelizmente não foi à primeira vez. É primordial para a sequência desse contrato que os dois possam explicar o que aconteceu e o que mudará daqui para frente”, explica Thiago. “Além de tudo que ocorreu, esperávamos que a empresa tivesse uma postura de respeito e compromisso com a população afetada, mas assistimos ao mais puro descaso, desrespeito e desprezo com quem mais precisa. É inaceitável um diretor dizer que não deve desculpas para o povo de São Paulo. As convocações dos executivos são mais um passo importante para apurar as irregularidades cometidas pela Enel”, pontua o parlamentar.

O presidente da CPI da Enel tem expectativa “grande” para os depoimentos dos executivos. “Esperamos que eles possam esclarecer de uma vez por todas se a empresa possui capacidade para operar em São Paulo. Já sabemos que existem outras CPIs em andamento no Brasil e que inclusive a empresa teve seu contrato rompido em Goiás pelo desserviço prestado. Vamos trabalhar intensamente para garantir o direito do povo paulista”, conclui Thiago Auricchio.

Já Cotugno e Massotti, a princípio, seriam convidados por iniciativa de Guilherme Cortez (Psol). O convite, no entanto, transformou-se em convocação após Sebastião Santos (Republicanos) defender que a obrigatoriedade do comparecimento fortalece o trabalho investigativo da CPI.

DEPOIMENTO

Também na quarta (8), prestou depoimento o presidente do Conselho de Consumidores de Energia Elétrica da Enel, o Coronel PM, Gilmar Ogawa.

O deputado Oseias de Madureira (PSD), que também é membro da CPI da Enel, fez questionamentos para entender a atuação da distribuidora com relação aos consumidores. Ele também cobrou um posicionamento sobre um plano de indenização para os clientes que foram prejudicados pela falta de energia.

 “Sabemos que, atualmente, temos uma situação que foi desencadeada por um evento natural, mas que poderia ter sido evitada. Digo isso me solidarizando com a população paulista, em especial no ABC, que é onde moro, que vem enfrentando um grave problema, que repito, evitável. Muitas famílias tiveram que descartar todos os alimentos que mantinham em suas geladeiras. Negócios e instituições não puderam funcionar, como empresas, creches, escolas e as nossas igrejas, que não posso deixar de pontuar como pastor, que tiveram cultos e congressos, alguns organizados com meses de antecedência, cancelados”, destacou.