Privatização da Telebras deve levar “dois anos ou mais”, avalia estatal
Opiniao

Privatização da Telebras deve levar “dois anos ou mais”, avalia estatal

Nove empresas entraram no programa de privatização a ser realizado pelo governo Bolsonaro: a lista inclui os Correios, o Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados), a Dataprev (Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social) e a Telebras. A estatal de telecomunicações diz que o processo de análise estudará “alternativas de parceria com a iniciativa privada”, e poderá levar “dois anos ou mais”.
A Telebras disse que foi comunicada na quarta-feira (21) pelo MCTIC (Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações) sobre o processo de privatização. Como explicou o presidente Jair Bolsonaro, as estatais não serão vendidas imediatamente: primeiro, elas serão objeto de estudo dentro do PPI (Programa de Parceria de Investimentos).
Acredito que essa empresa não deveria ter sido reativada pelo governo Lula, em 2010, ou seja, 12 anos após o processo de privatização. Na realidade, a Telebrás tem pouquíssima importância para o setor e só interesse político a partidos que queiram arrumar emprego para seus apadrinhados.
O grande tema para o debate da privatização da Telebrás será a suposta perda de soberania com as comunicações de segurança nacional feitas exclusivamente pelo Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas.
Aliás, esse será o tema da discussão que começará nos próximos dias na Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara dos Deputados vai discutir as implicações dessa possível privatização da Telebras.
O debate foi iniciado em audiência pública realizada na semana passada, no dia 22, oportunidade em que o deputado Luis Miranda (DEM-DF) questionou a conveniência da privatização da empresa diante dos segredos de Estado que envolvem a questão.
Eis aí um tema polêmico. Poucos especialistas acreditam que haja, na verdade, riscos à segurança nacional se a Telebras se tornar uma empresa privada. Muitos deles admitem até que o satélite possa ser operado separadamente, tanto pelas forças armadas quanto pela iniciativa privada, sem problemas de segurança.