Profissional de humanas ou de exatas: quem se dará melhor?
ARY SILVEIRA BUENO

Profissional de humanas ou de exatas: quem se dará melhor?

Diante de tantas e tão profundas mudanças: políticas, econômicas, sociais, tecnológicas etc., se questionam quais perfis de profissionais poderão se dar melhor no mundo do trabalho, ou seja, os com formação em humanas ou os de exatas. Em inglês, os fuzzy ou os techie.
De modo geral as pessoas estão pelo menos meio inseguras, diante do real cenário de mudanças, em especial as que decorrem da tecnologia.
Daí a questão: Quem poderá se dar melhor?
A Revista Veja de 29/08 passado, entrevistou Scott Hartley, cientista político pela Universidade de Stanford, ex google e facebook, tendo a entrevista o título: A Revanche Humana, na qual nela Hartley afirma que deve se dar melhor o profissional de humanas, diante de tais transformações.
Hartley escreveu em 2017 o livro: O Fuzzy e o Techie: Por Que as Ciências Humanas vão Dominar o Mundo Digital. Para Veja, Hartley defende que a automação afetará empregos que envolvam processos repetitivos e valorizará os que dependerem de habilidades com capacidade de liderança, de interação e de fazer as perguntas certas, para direcionar a inovação tecnológica, (grifo nosso).
A entrevista é rica em respostas com fundamentos e exemplos, sob os quais Hartely se apoia, para defender a tese que os profissionais de humanas, podem levar vantagens em relação aos de exatas.
Alguns dos exemplos e fundamentos:
Ele menciona que nos anos 90 foram construídas as estruturas da internet, mas hoje o que conta são os estudos de como aplicar esta tecnologia e para isso se precisa entender as necessidades das pessoas. E isso é trabalho para a área de humanas.
Ele fala da empresa Stitch Fix que emprega 80 cientistas de dados e tem 4 mil profissionais que não são da área de tecnologia e é avaliada em 5 bilhões de dólares.
Hartely fala na entrevista, que as empresas de tecnologia percebem que o modo como a tecnologia impacta as pessoas, envolve: questões políticas, sociológicas, filosóficas e éticas.
Hartley afirmou:
“Muitos dos empreendedores que estão construindo empresas, capazes de montar equipes e de convencê-las de sua visão, são pessoas com habilidades das ciências humanas”. e;
“O avanço da tecnologia vai assumir algumas tarefas da rotina de trabalho, e isso vai nos liberar para que nos concentremos na interação humana, na comunicação das ideias”.
Para Hartely, conforme a entrevista, o profissional com habilidades puramente tecnológicas, terá mais dificuldade para convencer as pessoas a trabalhar com ele, a vender a sua visão sobre o projeto.
Em meu entendimento é de se aceitar, que o profissional de humanas possa ter facilidade pouco maior, para se destacar e contribuir com a brutal demanda da sociedade moderna, nas mais diferentes áreas. Para isso poderá e deverá se valer, dos imensuráveis recursos da tecnologia da informação, como: Inteligência Artificial, Big Data, internet das coisas etc., maravilhas essas desenvolvidas cada vez mais pelos profissionais de exatas.
Isso tudo pode ser verdade, ainda que parcialmente, mas nada substituirá o protagonismo e o comprometimento, a observação e o respeito à diversidade e acima de tudo: as habilidades com capacidade de liderança, de interação e de fazer as perguntas certas, para direcionar a inovação tecnológica (reproduzido do texto acima).
Se Scott Hartely destaca a importância da capacidade de Liderança, sugiro então a leitura do livro: As 21 Irrefutáveis Leis da Liderança de John C. Maxwell.
Acreditamos que os desafios nada mais são do que oportunidades, principalmente para o desenvolvimento da liderança, produto em falta, segundo alguns especialistas.
Por ora não há robô e/ou outro qualquer recurso tecnológico, que substitua por completo a inteligência humana e a mencionada falta de capacidade e de desejo de liderar, pela maioria das pessoas.
Chegaremos a ser liderados por robôs e/ou outros recursos tecnológicos?
Eu não desejo isso! E você?