Projeto Artemis-1 da NASA: retorno à Lua e viagem a Marte
Opiniao

Projeto Artemis-1 da NASA: retorno à Lua e viagem a Marte

Voltar à Lua e preparar a viagem a Marte. Estas são as duas novas propostas da NASA, que comemora os 50 anos da missão Apollo 11, que levou os primeiros homens à Lua. Este é o Projeto Artemis-1, que envolve o retorno à Lua por volta de 2024 ou 2025, para lá implantar uma base destinada a viagens interplanetárias e a preparação do envio dos primeiros seres humanos a Marte, a partir de 2032.
Nesta coluna, resumimos a proposta do Artemis-1, que porá à prova os sistemas de exploração do espaço profundo da NASA. Fazem parte desse teste:
a) o foguete de grande potência denominado Space Launch System (SLS);
b) a nave espacial Orion; e
c) os sistemas terrestres essenciais no Centro Espacial Kennedy, no Cabo Canaveral.
Essa etapa mostrará a capacidade de voo dos veículos, bem como sua confiabilidade na exploração por seres humanos do chamado espaço profundo (ou seja, o espaço além da atmosfera terrestre, ou 32 mil km de altura).
 
O super foguete SLS
A grande ferramenta do Projeto Artemis-1 será o SLS (Space Launch System), o foguete mais potente do mundo, que poderá chegar às maiores distâncias que qualquer outra nave espacial já chegou. Ele viajará bem além da Lua ao longo de cerca de uma missão de três semanas, a uma distância de 440 mil km da Terra. A Orion, por sua vez, vai ficar no espaço mais tempo do que qualquer outra espaçonave tripulada com astronautas.
O foguete SLS é projetado para missões além acima de 600 km, com tripulação ou com carga para a Lua e destinos mais distantes. O foguete terá na decolagem um empuxo de cerca de 4 mil toneladas, que lhe permitirá pôr em órbita um veículo de cerca de 2,7 mil toneladas. O SLS e a cápsula Orion vão decolar do lançamento do complexo 39B no Spaceport, na Flórida.

A Orion rumo à Lua
Impulsionada por um módulo de serviço fornecido pela Agência Espacial Europeia (ESA), a Orion continuará, então, seu caminho rumo à Lua. Nas futuras missões, essa nave terá reservas de ar e água para os astronautas.
A viagem de ida à Lua levará vários dias, período em que os engenheiros avaliarão os sistemas da espaçonave e, se necessário, corrigirão sua trajetória. A Orion vai entrar em torno lunar a cerca de 100 km de altura. Depois, usará a força gravitacional da Lua para ganhar impulso numa órbita muito mais alta, em sentido retrógrado (em relação à órbita da Terra), a 70 mil km de distância da Lua, aí permanecendo por cerca de seis dias para que os controladores de missão avaliem seu desempenho.
Retorno e reentrada
Para sua viagem de regresso à Terra, a Orion usará outro motor do módulo de serviço, em manobra que  colocará com precisão a nave espacial em sua trajetória de volta para a Terra para entrar na atmosfera terrestre a uma velocidade de 40 mil km/hora (11 quilômetros por segundo), o que elevará a temperatura da Orion a 2.760 graus Celsius. E, creiam, a cápsula resistirá a esse inferno.