03/08/13
Conheci um senhor estudioso das Escrituras Sagradas, e como sempre, ele me passa uma mensagem, assim, como quem não quer incomodar, mas precisa fazer sua lição de casa de bom cristão. E, claro, ele sabe que gosto do assunto. Assim, contou-me que seu filho precisava de um tênis e, ao passar por uma loja de sapatos, viu um grande estardalhaço nas largas portas da loja, com banda, palhaços e algodão doce grátis, como um chamamento para o povo que passava. Os cartazes diziam que era uma liquidação especial de tênis com descontos de até 80%! Atraído pelo movimento, pela multidão e as ofertas, ele entrou. Olhou, percorreu a loja e constatou que nada do que prometiam os cartazes, era verdadeiro. Além de perder seu precioso tempo, perdera o trem que o levaria a sua casa. O Sr. “S”, então, comparou este episódio a um relato que seu avô lhe fazia quando criança. Eu o reprodu-zo a vocês, literalmente: “Um homem morreu e, ao se deparar com a situação de ser só espírito, estar “do outro lado”, onde tudo era diferente da Terra, viu-se acompanhado por um ser angelical, todo de branco, com expressão bondosa demais. Ele, então, agarrou-se a ele, pedindo socorro. Depois das explicações sobre a nova situação do homem, o Bom Anjo se comprometeu a mostrar-lhe o Céu e o Inferno. Ao chegarem aos portões do Céu, o homem se maravilhou com a paz que podia vislumbrar, com o perfume cálido de flores e com a visão de seres leves, com tênues túnicas e sorrisos carinhosos nos lábios. Eles o chamavam, mas ele ainda não quis entrar, pois iria conhecer o outro lugar que o Anjo lhe prometera mostrar. Chegaram às portas do Inferno e ele ficou boquiaberto com o espetáculo todo: fogos de artifícios multicores, músicas altas e muita gente com pouquíssima roupa, dançando, rindo, gargalhando, como se muito felizes e até eufóricos estivessem. Muita bebida e comidas sofisticadas estavam à mostra, convidativamente. Assim, o homem ficou contagiado pela grande festa, na qual vislumbrava promessas de inesquecíveis momentos de prazer. Deu um adeusinho ao Anjo e entrou. Quando o Anjo olhou tristemente para “o homem”, ele o viu urrar de dor, ardendo em chamas: “Anjo, tire-me daqui, quero ir para o Céu!”-Este respondeu-lhe: “Você teve a oportunidade de ver o Céu e optou, por livre vontade, pelo Inferno. Sinto muito, mas a escolha está feita. O Inferno está repleto de “propagandas enganosas” e você, assim como acontece muito no Planeta Terra, caiu direitinho nelas”. Isto fez-me pensar muito nas coisas que acontecem ao nosso redor, cada vez mais, diuturnamente, aqui no nosso país. As pessoas sabem o que é “o certo” e o que é “o errado”, em todos os setores da vida terrena e, mesmo assim, deixam-se envolver em luxúria, roubos, mentiras e crimes hediondos, defendendo-se perante as leis vigentes, através de advogados inescru-pulosos que acabam achando um jeito de livrar estas pessoas da condenação na Terra. Liberdade ilusória até que…
Até! Aquele abraço
Glorita Caldas é professora e consultora da LAC Consultoria, e-mail: glocaldas@uol.com.br
