Quem casa, quer casa
AME Memórias de São Bernardo

Quem casa, quer casa

Ônibus da Viação Triângulo que fazia a linha Vila Esperança-Taboão, no meio da enchente da Rua Tiradentes, 1975 (Acervo: Roberto Tanaami)
Ônibus da Viação Triângulo que fazia a linha Vila Esperança-Taboão, no meio da enchente da Rua Tiradentes, 1975 (Acervo: Roberto Tanaami)

Este era o dito popular de antigamente para os que se casavam. Conselho dos pais para os filhos levarem uma vida mais independente. Casei-me em 1969. Lá pelos idos de 1972, minha mãe avisou-me sobre um bairro novo, na Vila do Tanque, perto do Clube da Volkswagen. Fui conhecer com esposa e filho – era o Jardim Regina, composto de duas ruas: Lauro do Nascimento e a João de Barro.
Me encantei com as casas simples, com entrada independente, tamanho apropriado e com boas condições financeiras. Fui o terceiro a morar no lugar. As ruas nem calçamento tinham, a luz era improvisada pela construtora – puxada de um único ponto.
Quando todos acendiam a luz, ela ficava fraquinha. Para subir a rua nos dias de chuva, colocava o carro sobre a calçada pois na rua, nem pensar. Com o tempo, novos vizinhos e amizades e nos fins de semana o Clube da Volks. Então a Vila do Tanque foi vendida para uma construtora que lançou o Jardim Yrajá.
Derrubaram a mata, cortaram os enormes pés de eucalipto que margeavam a Rua Tiradentes e trouxeram muitos tratores que trabalhavam 24h por dia, trazendo a terra do alto do morro e espalhando-a na parte baixa. Um dia, caiu uma chuvarada.
A tubulação, já bastante antiga, e que antes trazia as águas límpidas do Pico dos Bonilha, não suportou as águas barrentas que desciam do novo loteamento: tudo entupiu e houve o primeiro alagamento no Jardim Regina e na rua Tiradentes, antes uma rua tranquila e sossegada.

Roberto Tanaami – integrante da Ame (Associação dos Amigos da Memória de São Bernardo)

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