Questão de opinião!
Opiniao

Questão de opinião!

12/01/13

Escrevi, há meses, um artigo que contava como um casal evitou a separação, com a intervenção inteligente de uma tia vinda de Londres, fazendo-os ter quartos separados e liberdade de ação e pensamento, individualizando a vida em comum, pois ambos sentiam-se mutuamente “abafados”, incomodados. Assim, tenho até hoje, recebido as mais diversas opiniões sobre esta questão, contra e a favor deste ponto de vista. Os casais mais antigos não se acostumam à idéia, pois, ou um dos dois cedeu e anulou sua liberdade,ou adaptaram-se inteligentemente ao casamento.
Assim, houve quem “me puxou a orelha”, pois “onde já se viu, Glorita Caldas, a cama de casal existe há séculos!” Bem, minha amiga leitora, se fosse este o problema,tudo bem,mas eu falei de algo muito mais profundo que é “tolhimento  da liberdade” recíproca ou de um dos cônjuges. E isto acontece muito. No fundo, todos vocês leitores sabem disto. Há sempre um que sai perdendo em prol de não haver o divórcio ou querendo ter o “estado civil:casado/a!” Na minha opinião, a liberdade de pensar, agir, opinar, escolher seus próprios caminhos é o maior direito inerente ao ser humano. Não só direito, como dever, pois cada ser humano é único, cada personalidade é única. Assim, durante o namoro, tudo deve ser devidamente combinado. Mas, no afã de festa, “dia da noiva”, “lua de mel” (hoje sem razão de ser), pelo tipo de namoro e noivado que a sociedade aceita pela estreita intimidade entre o casal, não se espera que façam algo de acordo com o conceito que
eu lhes descrevo: casamento é a união de duas pessoas que se amam e se respeitam a tal ponto que cada um sinta-se confortável, estimulado, livre e feliz, dentro desta união que permite que cada um dos cônjuges progrida material, mental e espiritualmente pelas experiências que vivem por si mesmos ou que compartilhem mutuamente, ajudando-se de comum acordo. Assim, M. e V. me escreveram para contar o seguinte: “Profa. Glorita, obrigado por nos dar a genial idéia de vivermos juntos o nosso casamento,”cada um na sua”. Vamos nos casar em junho/2013. Depois de lermos sua crônica, conversamos muito a respeito e compramos dois apartamentos de casados.
A senhora entende? No mesmo andar, nós teremos, cada um, o lar dos nossos sonhos:ela, com tudo que gosta e lhe dá prazer. Eu, idem! para lhe falar a verdade, nós temos gostos distintos para a decoração e tudo que é relativo a sistema de lar. Eu sou arrumadinho; ela, bagunceira. Só daí, esperávamos muitos desentendimentos. Como nos amamos muito, ela sofreria para deixar tudo como gosto e eu, nunca me daria por contente, pois reconheço que sou minucioso no quesito arrumação. Agora, curtimos nosso grande, delicioso entusiasmo pelos respectivos lares. Teremos portas frente a frente, vizinhos, então. Percebemos que as brigas pelos gostos, personalidade, sistema de vida de cada um de nós dois, nos traria a separação, como tem acontecido com vários casais que conhecemos. Participamos das festas dos casamentos deles, e, dois, três anos depois, ficamos chateados com notícias de separação.
O chá de cozinha dela será em maio, uma
semana antes do meu… chá de cozinha e bar. A senhora está convidada e, para nós dois, será uma honra recebê-la nos aptºs 122 e 123. Mais uma vez, nós dois lhe agradecemos, com carinho.”
Acho que não dá para todo mundo ir tão longe, mas, quartos separados ou até camas separadas, ao estilo Inglês… é uma
boa? Ou não é? Até!

Glorita Caldas é professora e consultora da LAC Consultoria, e-mail: glocaldas@uol.com.br