Repubblica Italiana 78 Anni – Due di giugno
Luiz José M. Salata Opiniao

Repubblica Italiana 78 Anni – Due di giugno

No domingo (2), os italianos de Roma despertarão com as evoluções da Frecce Tricolore da Squadra Tricolore Italiana, no dia dois de junho, como tradicional costume, e os demais residentes em toda a Itália, iniciando as comemorações dos setenta e oito anos de implantação da República Italiana, no ano de 1946. Realizado o referendo, o resultado foi favorável ao sistema democrático que alcançou 12.718.641 votos (54,30%), e contra 10.718.502 votos (45,70%), motivando assim o anseio pela vitória de mais da metade da população.
Com esse resultado a monarquia foi finda e instalado o novo regime republicano. Na ocasião, as mulheres italianas tiveram o privilégio de, pela primeira vez, terem o direito ao exercício do voto, uma marcante conquista muito aguardada há tempos. A Constituição foi aprovada em 1º de janeiro de 1948. A partir de então, na comemoração fica relembrado o sofrimento e angústia dos italianos que foram submetidos ao padecimento pela invasão da Áustria em 1814, quando a Itália praticamente foi escravizada até a libertação, em 17 de março de 1861. Portanto, dominada por 47 anos de vida limitada e sem poderes, quando ocorreu a união dos italianos em todo o país, liderada pelo Rei Vittorio Emanuele II; de Camilo Benso – Conde de Cavour, e Primeiro Ministro, que resistiram no Piemonte, única regione não invadida pelos austríacos.
De lá, comandaram a resistência e o plano de libertação com a participação de três Giuseppes, o Giuseppe Masini, pela imprensa, através do jornal Risorgimento, nome do movimento, onde pregava nos seus artigos a união dos italianos. De Giuseppe Verdi pela música, na inesquecível apresentação da ópera Nabucco, no Teatro Alla Scala, de Milão, escrita durante a época dessa ocupação centrada na história bíblica do Rei Nabucodonosor. Por analogia suscitou naquela noite todo o sentimento nacionalista da escravidão dos judeus na Babilônia quando foi entoado o Coro dos Hebreus, no terceiro ato (Va, pensiero, sull’ali dorate). Os italianos então se consideraram na mesma situação de escravidão, cuja música tornou-se assim o símbolo do movimento de libertação, até hoje despertando muita emoção. De Giuseppe Garibaldi pelas armas e estratégias, pois unificou as duas Sicílias e, rumando para o norte da Itália, com um grande exército, expulsou os austríacos. O fato marcante da Unificação da Itália, com a reconstrução nacional, em que pese até então com o país estagnado e sem quaisquer perspectivas, demorou certo tempo até a ocorrência desse espetacular e indescritível momento.
Nessa época, os italianos passavam por precária situação de sobrevivência, quando clamavam por uma mudança radical para novo rumo e melhoria de vida. Como na Itália as perspectivas inexistiam, até pensavam por solução fora da terra natal, com o anseio de um rumo certo para nova vida. Até que uma luz iluminou os italianos sofredores, pois ocorreu a celebração de um acordo firmado entre o Imperador D. Pedro II, do Brasil, e o Rei Vittório Emanuele II, da Itália, que eram primos, pelas mães italianas, facilitou para que os dois governos concluíssem as tratativas para a emigração dos ita-lianos ao nosso país. Daí resultou que muitas cidades das regiões do sudeste e sul, foram aquinhoadas, sendo que. no tempo também a nossa cidade de São Bernardo recebeu as primeiras dezessete famílias em meados do fim do mês de outubro de 1877, vindas no navio Sud América, para ocupação dos Núcleos Coloniais, formados justamente para esses fins. A influência da imigração italiana no progresso e desenvolvimento da Vila de São Bernardo é marcante e indiscutível, pela força do trabalho adotado em todos os aspectos da vida social e de trabalho, dando assim grande impulso.
O regime parlamentarista foi adotado pela Itália e, no decorrer de então foi conquistando os espaços na vida cotidiana do Bel Paese com grande progresso e novo rumo. No Brasil, os italianos e descendentes a partir de então vivem a expectativa de novos tempos na terra dos seus antepassados e sempre entusiasmados, na busca de inovações no trabalho e na vida familiar, o que em muito contribuíram com o refrão – Dio, famiglia, lavoro. O Embaixador da Itália no Brasil, Ministro Alessandro Cortese, tem dado toda atenção ao Cônsul Geral da Itália no Estado de São Paulo, Domenico Fornara, pois eles têm empreendido ações ao entrosamento das relações no Estado, principalmente no dia a dia com os ítalo-brasileiros. O Presidente da República Italiana é Sérgio Matarella, desde o ano de 2015; Ministra Giorgia Meloni é Presidente do Conselho de Ministros; Presidente do Senado é o Senador Ignazio Benito La Russa; e o Deputado Lorenzo Fontana é o Presidente da Câmara Alta dos Deputados. Auguri e congratulazioni a tutti nostri fratelli italiane.