O secretário estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Marcos da Costa, esteve em Santo André, na segunda (29) de maio, onde junto ao prefeito Paulo Serra, e ao secretário municipal Robert Minhoca, lançaram o programa Todas in-Rede na cidade.
Trata-se de uma parceria do município com o Governo do Estado para promover o empoderamento e emancipação das mulheres com deficiência, visando favorecer a melhoria da qualidade de vida e inclusão social. Santo André é o 75º município do Estado a receber a iniciativa.
O programa atua em três vertentes, segundo explica a coordenadora do Programa TODAS in-Rede, Caroline Reis. “A baixa escolaridade, pois 54% das mulheres acima de 15 anos não tem instrução ou apenas possuem o Ensino Fundamental; a baixa inclusão no Mercado de Trabalho, pois apenas 38% dos trabalhadores com deficiência são mulheres e a violência, na qual, das mais de 3,1 mil ocorrências contra as mulheres com deficiência, 49% são violência doméstica”, explica.
Em Santo André, há 53,4 mil pessoas com deficiência, sendo 58% do total são mulheres, ou seja, mais de 30 mil. “Este projeto está em conexão com os conceitos da nossa gestão, não só de cuidar de gente, mas de incluir. Quando falamos em pessoas com deficiências, parecem sempre as barreiras físicas, a rampa, o elevador. É claro que isso é importante, mas este tipo de programa vai muito além disso. A questão da inclusão real das pessoas na sociedade no dia a dia e no cotidiano, porque pode transformar a vida de muita gente”, afirmou o prefeito Paulo Serra.
O ‘Todas in-Rede’ desenvolve ações na área de Trabalho, Renda e Autonomia Financeira, com cursos de empreendedorismo, divulgação de vagas de trabalho, incentivo à escolaridade; Prevenção à violência, com cursos de formação para profissionais da rede de proteção, rede de apoio para atendimento das mulheres vítimas de violência; Empoderamento, Autoestima e Liderança, com site Todas In-Rede, com campanhas educativas nas redes sociais, rede virtual de mulheres e encontros formativos e ainda nos Direitos Afetivos Sexuais e Reprodutivos, com cursos de formação para profissionais da rede de atenção à Saúde, rede de atendimento acessível.
“Queremos dar mais visibilidade a programas como esse, fazendo com que eles tenham maior penetração na sociedade e no Estado inteiro e o ‘Todas In-Rede’ foi um destes programas maravilhosos que foi desenvolvido por gestões passadas e que trata com tanto carinho sobre a mulher com deficiência. Vemos muitas camadas da sociedade com vulnerabilidade, de todas as espécies: vulnerabilidade social, econômica. Qualquer recorte que olharmos, a pessoa com deficiência terá, certamente, um elemento agregador nesta vulnerabilidade, que é a própria deficiência e por isso estamos tratando deste tema com tanto carinho”, disse Marcos da Costa.
À Folha, o secretário revelou que por meio dos quatro eixos do programa irá contribuir muito para levar acessibilidade, inclusão às mulheres com deficiência. “Santo André é vanguardista em termos de lutas em relação à dignidade das pessoas e isso inclui a questão da pessoa com deficiência, tem uma secretaria ligada à Pessoa com Deficiência, tem pauta em diversas áreas. Quando falamos da causa da pessoa com deficiência, não falamos só a causa ligada a essas pessoas, falamos da causa para toda a sociedade”, enfatizou.
Segundo Marcos, o primeiro município do ABC a ser contemplado com o programa ‘Todas in-Rede’ foi Rio Grande da Serra e outras cidades da região também poderão ser contemplados.
“É importante que todos os municípios abracem a causa da pessoa com deficiência como Santo André vem abraçando, criando sua secretaria e fazendo a parceria do programa Todos in-Rede”, concluiu.
Educação
Segundo o secretário estadual, a área de Educação também possui grandes desafios para o Estado. “Em 2022 tínhamos algo em torno dos 10 milhões de alunos em São Paulo, em escolas municipais, estaduais e privadas. Desse total de alunos, há 210 mil alunos com deficiências nas escolas.
Já é uma realidade que nos preocupa. Se temos 3,9 milhões de pessoas com deficiência no Estado, o que corresponde a 8% da população, quando olhamos para a Educação, são 2% apenas. Temos o desafio de ver porque tem muita gente com deficiência fora do sistema educacional. Destes alunos 71% estão no Ensino Fundamental. Quando falamos no ensino médio este número cai para 13%. Então há um grande desafio de entender porque o aluno de ensino fundamental não se mantém no sistema educacional no Ensino Médio”, explicou.
Segundo Marcos, o governador Tarcísio de Freitas assinou, em abril, o decreto da Educação Inclusiva, que trará parâmetros para que o Estado torne as suas escolas mais inclusivas.
