São Bernardo e a Tom Maior
Editorial

São Bernardo e a Tom Maior

São Bernardo e a Tom Maior

Como já acontece no desfile de carnaval do Rio Janeiro, várias capitais brasileiras já se transformaram em enredos de escolas de samba cariocas. São Bernardo, assim, neste ano foi o tema da Escola de Samba Tom Maior, no desfile do sambódromo paulistano, na sexta (4). Na grade do desfile constava a informação de que o enredo era “homenagem a São Bernardo”. O patrocínio foi sindicatos ligados à CUT (Central Única dos Trabalhadores). A expectativa, no entanto, seria a presença a presença do ex-presidente Lula desfilando no sambódromo do Anhembi. Segundo a Folha de São Paulo, sexta (4), os sindicados compraram as fantasias das três últimas alas da escola, num total de 22 duas. O Sindicato dos Químicos distribuiu 100 fantasias e “as demais foram vendidas por sindicatos de jornalistas, professores, servidores públicos e, principalmente, bancários”. Desde 2007, a Tom Maior se relaciona com os sindicatos, pois nesse ano homenageou o sindicalismo, com um carro alegórico destinado à CUT. Desde essa época, a Tom Maior teve sempre uma ala destinada à CUT, que revende aos associados.
Percebe-se, assim, que a intenção que a iniciativa desses sindicatos queria homenagear Lula, pois seria a primeira vez na “história deste país que um ex-presidente da República desfilou no sam-bódromo como destaque de escola de samba. Esse tabu poderia ter sido cobrado neste ano no desfile da Tom Maior”. Realmente, a presença do ex-presidente Lula num desfile carnavalesco seria notícias na mídia de todo mundo, principalmente por ter deixado o cargo há pouco mais de dois meses. Mas a homenagem, mesmo sem a presença de Lula, poderia ganhar uma repercussão mais ampla. Ao exaltar a história da cidade, poderia ser destinado ao período em que Lula enfrentou os militares, com detalhes importantes desse período. Faltou uma presença mais forte dos sindicatos junto ao carnavalesco da Tom Maior para orientá-lo na confecção do enredo. Seria mais interessante colocar num carro alegórico, como fez Roberto Carlos na Beija Flor, os sindicalistas que ajudaram Lula naquele período de chumbo. Mas, por falta de contato maior, o carnavalesco queria colocar no sambódromo animais como jaguatirica, suçuarana, iguana, etc. Não puderam, pois o Ministério Público Estadual e Federal iriam levar para a delegacia, caso a Lei de Crimes Ambientais fosse desrespeitada.
Como não conseguiram, colocar a rainha da bateria, a mulata Rose Bombom, conhecida por suas roupas ousadas, transformada em uma iguana rastejando em frente à bateria da Tom Maior. Assim, fica difícil.