Sarah & Billy – Parte I
Quinta Avenida

Sarah & Billy – Parte I

Sarah Vaughan entrou para o mundo da música cantando no coro da igreja batista em Newark-New Jersey EUA, sua cidade natal. Desde pequena estudou piano e órgão; seus pais desejavam que se tornasse concertista clássica. Por seu turno, a carreira de Billy Eckstine dividiu-se em três fases distintas. Iniciou cantando em clubes noturnos em Pittsburg-Pennsylvania onde nasceu e foi “crooner” da black band do pianista Earl “Fatha” Hines (1939-1943). Em 1944, liderou a All Star Band, até lançar-se como cantor solo a partir de 1947.Felizmente para a música popular norte-americana, Sarah foi à procura de uma chance ao se inscrever no concurso de calouros do Apollo Theater no Harlem em 1942. No embate, saiu vencedora a exemplo do que aconteceu à jovem Ella Fitzgerald, ganhado na época a “bagatela” de 40 dólares semanais, ao ser contratada para apresentações no próprio teatro. Em uma delas, foi ouvida por Billy Eckstine, cantor negro de boa reputação no meio musical desse início dos anos 1940. Ele gostou da privilegiada voz, recomendando-a ao líder da banda onde cantava, o pianista Earl “Fatha” Hines.No início de 1943, Sarah iniciou as funções de lady-crooner e segunda pianista da banda. Billy que já se apresentava ao lado de Hines desde 1939, era um dos destaques, com belas interpretações de temas românticos e alguns sucessos já gravados como: “Jelly-Jelly”, “Skylark”, “Somehow” e “Stormy Monday Blues”. Na época, em face da greve dos músicos, Sarah não gravou com a banda.

Em abril de 1944, Billy sentiu-se em condições de formar a própria corporação musical. Juntamente com o saxofonista Bud Johnson, recrutou músicos, que iriam servir de suporte para aquela que seria a primeira banda do estilo “be bop” da história do jazz – a All Star Band. Nos três anos de duração, por ela passaram instrumentistas, que se tornaram legendas do jazz norte-americano do século XX. Dizzy Gillespie, Miles Davis e Fats Navarro, trompetistas, Charlie “Bird” Parker, Dexter Gordon, Sonny Stitt e Gene Ammons, saxofonistas, Gerald Valentine, trombonista e arranjador, John Malachi, pianista, Ar Blakey, baterista e Oscar Pettiford, contrabaixista, são alguns nomes exponenciais do jazz liderados por Billy Eckstine. Porém, ainda faltava alguém, claro, a cantora Sarah Vaughan, contratada para ocupar a vaga de lady-crooner.  Enquanto existiu, a banda revolucionou e inovou no jazz. Sarah permaneceu até 1945, quando foi para a carreira solo sob contrato discográfico com a etiqueta Continental Records.

A All Star Band estreou no dia 9 de junho de 1944 na cidade de Baltimore-Maryland e o acervo discográfico dessa importante black band foi gravado nos estúdios da De Luxe, National, Spotlite 100 e Regent Records. Ao lado de Billy, Sarah gravou apenas um tema em estúdio, a bela página romântica “I´ll Wait And Pray” (Eu esperarei e rezarei). Historicamente, a primeira gravação na brilhante carreira vocal. Na segunda metade dos anos 1940, devido as mudanças no gosto musical da juventude, as big bands tornaram-se economicamente inviáveis. No início de 1947, Billy Eckstine dissolveu a inovadora black band “be bop”, partindo para a carreira solo como cantor e assinando vantajoso contrato com a recém-criada gravadora M.G.M. Records. Sarah Vaughan, nessas alturas, começava a se tornar intérprete de nível, gravando na etiqueta Mercury Records, atingindo sucesso com o tema “It’s Magic” (Isso é mágico). Dois anos após, a Columbia Records a chamou, transformando-se em estrela de primeira grandeza. Por seu turno, Billy Eckstine gravou, a 20 de maio de 1947 o tema “Everything I HaveIs Yours” (Tudo que tenho é seu), que “estourou” nas paradas de sucesso, vendendo mais de um milhão de cópias. Na época, discos de 78 rotações.

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