Situação dos animais abandonados na Cidade São Jorge continua caótica
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Situação dos animais abandonados na Cidade São Jorge continua caótica

A situação das dezenas de animais abandonados pelas famílias removidas da região do antigo lixão, no Núcleo Espírito Santo, na Cidade São Jorge, em Santo André, continua caótica. A Folha já publicou matéria referente ao problema no último mês de agosto. Agora, a situação é ainda pior.
Os animais que foram abandonados além de desnutridos estão doentes, com ferimentos e até sarna, muitos estão assustados. Nossa equipe de reportagem visitou o local, na quarta (7). O local se assemelha a um cenário de pós-guerra.
Há muitos escombros, paredes demolidas, móveis abandonados, muito lixo e até um veículo incendiado. Os animais se escondem como podem. Muitos são maltratados pelos moradores que ainda estão no local. No sábado (3), um cão foi encontrado enforcado nos restos da dependência de uma casa. Também foi encontrado outro cão com um enorme tumor, que segundo relato de moradores, ainda levou um chute de alguém. Felizmente, o animal foi removido do local para passar por cirurgia, na quinta (8). Ainda havia um cão que estava com sarna em nível tão avançado, que, de sua orelha, pingava sangue, devido às feridas abertas pela doença.
A situação é de difícil solução, posto que demanda uma união de esforços e investimento da Prefeitura e do Semasa. Porém, há protetores de animais que fazem o que podem para salvar os animais.
Como por exemplo, a protetora voluntária Gisele Gomes Bonfim, moradora da Cidade São Jorge e envolvida com a causa, há dez anos, que realiza trabalho levando ração e resgatando alguns animais do local. “É muito complicado, os animais estão assustados e se escondem. Só aparecem quando trago ração e fico os chamando. A equipe de Zoonose veio uma vez no local e só deu vacina em dois animais”, conta.
Já Maria Bezerra da Silva e seu filho Adão, ex-moradores do local, e que foram transferidos para o conjunto habitacional na Av. dos Estados, Santo André, voltam ao local nos escombros de sua antiga residência para alimentar três cães, que eram seus animais de estimação quando moravam no local. “Não pudemos leva-los porque disseram que não era permitido”, revela Maria.
Além disso, grupos atuam de maneira voluntária, como o Espa (Equipe Singulariana de Proteção aos Animais), do Colégio Singular, que atua fortemente na causa, conscientizando as pessoas com relação à causa animal e ainda a Comissão de Defesa e Proteção dos Animais da OAB-Santo André, que presta orientação jurídica e conscientização à população sobre assuntos ligados à causa animal, tais como a guarda e posse responsável e ainda recebe denúncia de abandono ou maus tratos.
Mas, só o trabalho voluntário não é suficiente para essa situação caótica. A Folha entrou em contato com a assessoria de imprensa da Prefeitura, cobrando uma ação.Por telefone, foi informado que na terça (13), às 8h, haverá uma reunião que reunirá o prefeito Carlos Grana, Arlindo José de Lima, secretário de governo, junto ao Semasa e os secretários de Saúde, Homero Nepomuceno e Habitação, Paulo Piagentini, para encontrarem uma solução para o problema.