Telescópio Espacial Webb lançado com sucesso (final)
Opiniao

Telescópio Espacial Webb lançado com sucesso (final)

A óptica ampliada, combinada com quatro instrumentos supersensíveis, deve permitir aos astrônomos olhar mais fundo no espaço – e, portanto, mais para trás no tempo do que nunca.
Um alvo importante será a época das estrelas pioneiras que acabaram com a escuridão que teoricamente se apoderou do cosmos logo após o Big Bang, há mais de 13,5 bilhões de anos.
Foram as reações nucleares nesses objetos que teriam forjado os primeiros átomos pesados essenciais para a vida – carbono, nitrogênio, oxigênio, fósforo e enxofre.
Outro objetivo geral do Webb será sondar a atmosfera de planetas distantes. Isso ajudará os pesquisadores a avaliar se esses mundos são habitáveis de alguma forma.
“Estaremos entrando em um novo regime de astrofísica, uma nova fronteira; e é isso que nos deixa tão entusiasmados com o Telescópio Espacial James Webb”, disse Heidi Hammel, astrônoma planetária e cientista interdisciplinar da missão.
O processo de desembrulhar ou ‘desenrolar’ o telescópio leva cerca de duas semanas. Em seguida, o grande espelho de Webb precisa ser focalizado. Os 18 segmentos que formam esse espelho refletor têm pequenos motores na parte traseira que irão ajustar a curvatura.
“E o mais importante é que tudo tem que esfriar muito”, explicou Mark McCaughrean, consultor científico sênior da Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês).
“Esse telescópio, na verdade, estará a uma temperatura de menos 233 graus Celsius. Só então ele irá parar de brilhar nos comprimentos de onda infravermelhos além do visível onde queremos que ele funcione. E só então conseguirá tirar as fotos sensíveis do Universo distante, onde nasceram as primeiras galáxias e de planetas girando em torno de outras estrelas. Portanto, há um longo caminho a percorrer”, acrescentou.
Mark McCaughrean é conselheiro sênior de Ciência e Exploração da Agência Espacial Europei, e responsável por comunicar resultados das missões de astronomia, heliofísica e exploração planetária da ESA (Agência Espacial Europeia) para a Universidade de Edimburgo;
Além de ser cientista interdisciplinar do Telescópio Espacial James Webb, da NASA/ESA/CSA, Mark McCaughrean trabalhou no Centro de Voo Espacial Goddard da NASA, institutos astronômicos em Tucson, Heidelberg, Bonn e Potsdam, bem como na Universidade de Exeter, antes de ingressar na ESA, em 2009. A pesquisa científica de McCaughrean se concentra na formação de estrelas e seus sistemas planetários.