Um país improvável
Opiniao

Um país improvável

A Secretaria do Planejamento sabe que o salário mínimo necessário para suprir as despesas de uma família de quatro pessoas com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer, previdência e o mínimo de dignidade deveria ser de R$ 3.810,36. Oba! Então vão aumentar nosso mínimo? Pelo contrário. Vão baixá-lo.
Atualmente cerca de 45 milhões de pessoas no Brasil recebem salário mínimo, entre elas aposentados e pensionistas. A Previdência arrecada menos do que gasta. Improvável, não? Porém, para conter isso o governo teve uma ideia fascinante: Baixar 10 reais do salário mínimo, de 979,00 foi para 969,00. Essa redução ainda deve ser confirmada para o ano que vem, e vai gerar uma economia de 3 bilhões ao governo.
A desculpa do Ministério do Planejamento é que tal medida é necessária porque a arrecadação com impostos e tributos está mais baixa que a prevista – e deve continuar assim, pois se os preços continuarem um absurdo do jeito que estão, o povo comprará menos e, portanto, não haverá avanço na economia. Lá na rua Boa Vista, Centro da Capital, há um impostômetro – o número é tão astronômico que se torna impossível lê-lo por extenso. Será que a arrecadação está mesmo baixa? Improvável!
A maioria das pessoas no Brasil tem o hábito de votar em políticos já conhecidos, quando a manobra deveria ser justamente a inversa: Votar em pessoas novas a fim de termos mudanças novas. Mas no Brasil os mesmos políticos cometem as mesmas calamidades. O poder do voto está na mão da massa. Se o salário mínimo é ‘roubado’ do bolso do cidadão para que o governo ganhe 3 bilhões de reais, isso seria motivo de revolução em qualquer país. Na Itália foi assim, na França foi assim, na Grécia foi assim. Conversando com um amigo quem voltou da Grécia há pouco, ele afirma que não existe crise pior que a do Brasil.
Os Estados não podem dar calote no governo federal, no entanto, torna-se impossível pagar uma dívida de R$ 430 bilhões. Será preciso renegociar. São 513 deputados (maior quantidade do mundo) e muitos falam em Reforma da Previdência, Reforma do Trabalho e outras. Esses deputados custam aos contribuintes R$ 1.2000.000,00 (um bilhão e duzentos reais) por ano. Uma solução inteligente seria não só reduzir o salário deles que é de 34 mil reais (além de inúmeros benefícios), mas também reduzir o número de parlamentares, o que é uma ótima maneira para ‘reformar’ tudo com o dinheiro economizado e ainda sobraria bastante para renegociar dívidas com a União. Mas eles farão isso? Improvável! Preferem mexer no nosso bolso.
Da mesma maneira que meus filhos brincam com vídeo games, carrinhos e bonecas, as autoridades que prevaricam de uma vida nababesca brincam com o Brasil. A historia desse país teve sangue que rolou por gente que lutou pela liberdade a vida inteira desde o império. A boiada está para estourar, e os bandidos serão pisoteados pelo povo, pois não dá mais para aguentar essa situação.

“Trabalhar duro por algo que não acredita chama-se estresse. Trabalhar duro por algo que acredita chama-se propósito.” – autor desconhecido.