União europeia em crise?
Fabio Picarelli Opiniao

União europeia em crise?

Repercutiu com muita intensidade e ainda repercute os desdobramentos do anúncio feito pelo Reino Unido. A saída do bloco econômico europeu é emblemática.
Mesmo não sendo integrante da formação fundadora da UE, o Reino Unido, por seus vários aspectos, inclusive econômico, tinha ou ainda tem papel de destaque no conglomerado. Alguns pontos devem ser levados em consideração.
Apesar de apertada, a votação em prol da saída representou o sentimento do eleitorado mais jovem. Prevaleceu a preocupação popular com os rumos de setores crônicos, especialmente a saúde. Não à toa, o principal discurso dos adeptos ao “desembarque” foi o de que o investimento na saúde seria turbinado a partir da “separação”.
Isso sem falar na falta de respaldo do gestor público. Lá, Cameron também padece e está de joelhos quando o assunto é apoios.
Independentemente do desfecho dessa situação internacional, com muita previsão mas poucas ações concretas, não temos dúvida de que existe um recado claro da sociedade. Essa mensagem fortalece o texto constitucional que assegura o poder ao povo. Claro, diante de um cenário de uma legítima democracia.
Estamos às vésperas do período eleitoral, momento em que mais uma vez teremos a voz da sociedade marcada nas urnas. Que todos aqueles que ostentam o status de representante público estejam atentos a esse clamor e saibam não só ouvir e entender, mas principalmente executar o anseio dos eleitores, indignados e cansados do atual cenário materializado pelo descaso e falta de representatividade.
Que este momento nacional e internacional seja na pratica um divisor de águas que possa mudar drasticamente o nosso sistema político. E não apenas mais um capítulo sazonal da história.
O tempo dirá se a opção tomada pelo Reino Unido foi a mais acertada. E o mesmo tempo será também o responsável pela resposta sobre a decisão dos eleitores para os nossos municípios. Até porque a mudança é importante assim como a oxigenação no poder, mas não pode ser a alternância pela simples alternância.
É preciso mudar, mas também é preciso saber qual o projeto da mudança e quem o executará. Afinal, mudança não significa aventura e o “novo” não pode ser sinônimo de oportunista.