Urbanismo do bem viver
Opiniao

Urbanismo do bem viver

O Ocidente está maravilhado em descobrir o Oriente. China, Japão, Coreia do Sul e principalmente Taiwan mostram um espetáculo de urbanidade sócio-contemplativa, que provoca admiração em muitas partes do mundo.
Recentemente, conforme já falei nesta coluna, ouvi muitas digressões e fatos que realmente impressionam nessa China insular que é Taiwan.
Por exemplo, impressiona vislumbrar em toda a população desse país um clima de afeição social, se é que podemos falar assim. De certa forma, todos vivem satisfeitos com a situação da saúde, pois é do trivial diário toda população praticar ginásticas orientais, como exemplo, o Tai Chi Chuan. Inclusive o meu amigo, Dr. Antonio Dias Reis, pode ver um senhor com 86 anos praticando aquela beleza de ginástica lúdica oriental.
Um frase relata a vida nesse país: “quem é rico não quer se tornar mais rico e quem é pobre não almeja tornar-se rico”. Somente tal concepção é capaz de causar espanto a todo mundo.
Taiwan é uma região com milhares de carros, mas sem acidentes, praticamente, pois todos procuram respeitar as leis do trânsito. Diríamos também que praticamente não há furtos ou roubos de carros e residências; são raríssimos os assassinatos, e quando acontecem são rigorosamente punidos com todo o peso da lei. Escolas técnicas e profissionalizantes, faculdades e universidades existem em quantidade.
Os neurocientistas e demais entendidos em sociologia e psicologia sugerem que uma das explicações para tal situação social e econômica é fundamentada na organização familiar oriental, que há centenas ou milhares de anos faz da organização no lar um centro de responsabilidades e permanente escola de bons hábitos e maneiras, com a forte tradição de uma medicina doméstica, baseada principalmente em bons costumes, ervas e chás.
Aumenta em nós, cada vez mais, a vontade de conhecer Taiwan.

Nelson Zanotti é professor emérito da Fundação Santo André, Sítio de Tangarás.