Vamos lá?
Opiniao

Vamos lá?

Será que está dando para pensar “como anda você?”. O tempo parece tão curto que não dá mais para ninguém ficar se analisando ou aos fatos de sua vida. Será? Mas é certo que a “crise de narcisismo” está em alta, perceberam? Poucas pessoas são modestas, humildes de verdade. E isto eu atribuo à nova maneira de se educar hoje em dia: os pais dão aos filhos ainda imaturos, “coisas” e autoridade demais!Dão “permissão” (fecham olhos) até mesmo para que desacatem os professores e os mais velhos. Uma atitude totalmente contrária à adotada no século passado, quando grandes homens e mulheres, projetaram-se demais no grande avanço da Tecnologia e das Ciências, e, apesar das sangrentas guerras que aconteceram neste período, a educação dos filhos era melhor. A prova disto é o resultado que vemos todos os dias pelo noticiário. A super autoestima e uma espécie de “vida fácil” exageradas das novas gerações poderão formar adultos mais egoístas, com avaliações sempre e muito positivas de si mesmos, achando sempre ter de ser o “nº1” no trabalho, na escola ou nas rodas de amigos. Isto tudo e mais o extrapolado “culto aos músculos, ao corpo” poderá impedir o crescimento interior dos seres do 3º milênio, pois a falta de humildade acirra a rivalidade e pode levar à agressividade (o que já está acontecendo). Por outro lado temos de preparar os filhos, alunos, a juventude e a nós mesmos, para os fatores decisivos externos, que não dependem de nós, mas de uma cadeia de fatos e acontecimentos que impedem que comandemos totalmente nossas vidas. Assim, por exemplo,quando alguém é despedido no trabalho e pensa ser o melhor profissional, irrepreensível, vem o sentimento de que foi injustiçado, que lhe passaram a perna. Pode vir também, com isto, depressão, agressividade e desejo de vingança, gerando uma perda enorme por parte da pessoa que se acha a melhor, o maioral e para toda a empresa, num efeito dominó. Gostemos sim, muito, de nós mesmos, mas com equilíbrio tal que nos permita admitir erros e más escolhas de nossa parte em nossas vidas. Que aprendamos muito com isto. Neste momento, melhor que autoestima, cultivar a compaixão por nós mesmos, dá o toque de humildade necessária para que pensemos em que patamar estamos, de verdade, e não nos iludamos de que somos “os melhores” o tempo todo. Nossa cultura ocidental incentiva a autoestima exagerada, pois, em casa e na escola, a criança é sempre lembrada de que vivemos em uma sociedade muito competitiva. As crianças ouvem que devem ser sempre “os primeiros” e são incentivadas a muita competição, em tudo. Temos hoje índices altos de narcisismo e agressividade gerados por este tipo de cultura. E sabemos que temos de abrir os olhos das novas gerações para a observação de regras de comportamento e consciência social voltadas para “viver em equipes”. Viver em conjunto com os outros seres de maneira que aprendamos uns com os outros, demos as mãos uns aos outros, completando-nos mutuamente, é do que precisamos. Ninguém sabe tudo, nem está sempre certo. Assim, vamos verificar a que ponto chega o nosso “amor cego” por nós mesmos e parar de “tapar o sol com peneira”. Afinal, estamos no planeta Terra para aprender a enxergar, mesmo que um pouco de cada vez, “o oculto do aparente” que, queira-mos ou não, existe, “é”. A verdade está mesmo no que é oculto à maioria dos seres, por enquanto. Vamos deixar de viver na superficialidade! Vamos começar a combater o egocentrismo que muitos homens e mulheres de hoje possuem em abundância, o que nos  atrapalha tanto  na busca de paz e felicidade  na Terra.
Vamos lá? Um abraço. Até.

Glorita Caldas é professora e consultora da LAC Consultoria, e-mail: glocaldas@uol.com.br