Outro dia, vendo a beleza dos verdes ramos na plenitude botânica do bosque Fundação Santo André, lembrei-me do poeta Frederico Garcia Lorca, o grande poeta catalão: “Verde que te quiero verde. Verde viento. Verdes ramas. El barco sobre la mar y el caballo en la montaña”.Como eu digo, e fazendo coro a muita gente, uma das atrações da famosa “Casa Amarela” está na biodiversidade das árvores circundantes, algumas até centenárias, como os eucaliptos na entrada das Faculdades.
Além do mais, a vegetação verde e empolgante, além de curiosidades como o histórico “Pau-Brasil” e castanheiras portuguesas plantadas pelo antigo dono do “Sítio de Tangarás”, Charles Murray, embelezam ainda mais o local.
Alunos e visitantes admiram o ambiente e sua paisagem porque a tran-quilidade e a beleza do contorno ajudam na introspecção intelectual, favorecendo o processo de ensino e aprendizagem,
Outro fato que marca a presença e a memória dos visitantes é a citada “Casa Amarela”, Casa de Campo já existente em 1931, o que evidencia o existir há alguns anos e perfaz agora algo em torno de 100 anos.
O Distrito de Rudge Ramos em São Bernardo do Campo é o espólio de antiga fazenda, pertencente a John Maxwell Rudge – um dos percursores do plantio de chá na América do Sul. Este famoso personagem seria o tataravô de Lavínia Gomes de Almeida, viúva do Prefeito Lauro Gomes.
A lembrança desses tempos mostra um famoso “garden party” – reunião em jardim, na forma inglesa, onde em 1931 o prefeito da cidade reuniu a alta sociedade local para prestigiar a presença de dois reis futuros: Eduardo VIII e Jorge IV, pai da atual rainha da Inglaterra, Elizabeth II.
Algumas vezes, brincando com os nossos alunos, eu lhes digo que deveriam pagar uma mensalidade maior, pois os visitantes de outrora foram reis da Inglaterra, posteriormente.
Nelson Zanotti é professor emérito da Fundação Santo André, Sítio de Tangarás.
